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São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2003

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J., 13, abandonou a escola e vende balas na rua

DA SUCURSAL DO RIO

J.C. começou a trabalhar há cerca de seis meses. Logo depois, abandonou a escola. Ele fazia malabarismo em sinais de trânsito, mas atualmente vende balas em uma esquina do Leblon (zona sul do Rio de Janeiro). Tem 13 anos, mas aparenta menos.
O menino mora em Benfica (zona norte da cidade) com a mãe, empregada doméstica, e com o irmão de 16 anos, que também deixou de estudar e vende balas em esquinas há três anos. O pai é porteiro de um prédio de classe média alta na zona sul.
J. afirma que a decisão de trabalhar foi sua. Ele diz que arrecada entre R$ 20 e R$ 30 a cada dia. O menino abandonou os estudos na 5ª série do ensino fundamental.
Na Baixada Fluminense (região metropolitana), a ONG Casa da Cultura estimula crianças a parar de trabalhar e voltar a estudar. Uma delas, R.A.S., 11, trabalhou durante dois anos em um açougue. Sua função era afastar as moscas da carne. Por esse trabalho, ganhava R$ 10 por semana.
Filho mais velho de uma mãe que teve cinco pares de gêmeos, R.A.S. voltou a estudar, registra ótimas notas e joga futebol na Casa da Cultura. Em compensação, o irmão L.S., 8, passou a trabalhar em seu lugar no açougue. A mãe, faxineira, engravidou de novo e precisava do dinheiro. (FABIANA CIMIERI)


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