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J., 13, abandonou a escola e vende balas na rua
DA SUCURSAL DO RIO
J.C. começou a trabalhar há cerca de seis meses. Logo depois,
abandonou a escola. Ele fazia malabarismo em sinais de trânsito,
mas atualmente vende balas em
uma esquina do Leblon (zona sul
do Rio de Janeiro). Tem 13 anos,
mas aparenta menos.
O menino mora em Benfica (zona norte da cidade) com a mãe,
empregada doméstica, e com o irmão de 16 anos, que também deixou de estudar e vende balas em
esquinas há três anos. O pai é porteiro de um prédio de classe média alta na zona sul.
J. afirma que a decisão de trabalhar foi sua. Ele diz que arrecada
entre R$ 20 e R$ 30 a cada dia. O
menino abandonou os estudos na
5ª série do ensino fundamental.
Na Baixada Fluminense (região
metropolitana), a ONG Casa da
Cultura estimula crianças a parar
de trabalhar e voltar a estudar.
Uma delas, R.A.S., 11, trabalhou
durante dois anos em um açougue. Sua função era afastar as
moscas da carne. Por esse trabalho, ganhava R$ 10 por semana.
Filho mais velho de uma mãe
que teve cinco pares de gêmeos,
R.A.S. voltou a estudar, registra
ótimas notas e joga futebol na Casa da Cultura. Em compensação,
o irmão L.S., 8, passou a trabalhar
em seu lugar no açougue. A mãe,
faxineira, engravidou de novo e
precisava do dinheiro.
(FABIANA CIMIERI)
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