|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BARBARA GANCIA
El "Cid" já não é mais "el campeador"
Personagem maior do que
a vida, no que pesa a sua
imagem como mecenas e como figura exótica, o controlador do
Banco Santos, Edemar Cid Ferreira, irá deixar a sua marca.
As exposições de arte brasileira
que ele levou ao exterior nos últimos anos, sempre acompanhadas
por comitivas de jornalistas convidados, a quem ele adulava com
reproduções de fotos de d. Pedro
2º ou com gravuras raras, colocaram o Brasil no mapa do circuito
cultural globalizado.
A esta altura, a notícia de que
seu banco sofreu intervenção já
correu mundo e deixou os curadores dos grandes centros de queixo caído. Dias atrás, um marchand de fotos de Nova York ligou a um cliente tapuia para comiserar: "Como pode o Edemar
da Mostra do Redescobrimento
ter os bens indisponibilizados?".
Conhecido em épocas diferentes
como Capitão América e Tio Patinhas, apelidos que ganhou por
seu ardil nos negócios, Edemar
sempre foi dado a extravagâncias. No ano passado, por exemplo, organizou a ida de um cirurgião plástico de São Paulo para
operá-lo, com a devida privacidade, em uma clínica de Londres.
Seu casarão no Morumbi é um
capítulo à parte. O projeto do interior é de Peter Marino, arquiteto que desenhou algumas das lojas mais transadas do mundo da
moda, como a Barneys, de Nova
York, e a Chanel Tower, de Tóquio. Marino, que teve Andy
Warhol como seu primeiro grande cliente, confidenciou recentemente a uma amiga brasuca que
Edemar é a pessoa "mais excêntrica" para quem já trabalhou.
Amigos que visitaram a tal casa, que acaba de ser inaugurada,
voltaram com histórias mirabolantes. Para começar, um "tour"
no château leva, no mínimo, 1 h
20. E uma de suas salas possui paredes que mudam de cor e o ambiente, de aroma, dependendo do
humor do dono. Se tiver de ser leiloada para saldar a dívida do
Banco Santos, a casa dificilmente
encontrará comprador, uma vez
que necessita de uma empresa,
atualmente instalada em seu subsolo, para realizar a administração do imóvel.
Em um país em que fundações
particulares costumam receber do
governo milhões de dólares ao
ano, sendo que o público raramente tem acesso aos acervos das
instituições beneficiadas, o ímpeto de Edemar em mostrar suas coleções ao público, muitas vezes de
forma gratuita, era uma lufada
de ar fresco.
Pena que esse furor não combine com a espartana atividade de
banqueiro de investimentos.
QUALQUER NOTA
Papelão
Durante as 500 Milhas de Kart
da Granja Viana, o comentário
foi unânime: o único que destoou do clima da festa foi Antonio Pizzonia, que deu piti e foi
embora quando soube que não
iria participar da largada. O piloto não foi escolhido para largar por ter andado atrás de seus
co-pilotos durante os treinos.
Omissão
Listas são sempre controvertidas e a dos "100 mais", elaborada pela Secretaria de Comunicação do governo Lula, não foge à regra. O homem do barquinho, Robert Scheidt, consta da
relação, mas o nome do diplomata Sérgio Vieira de Mello foi
esquecido.
E-mail - barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia
Texto Anterior: Unidade só atende com encaminhamento Próximo Texto: Qualidade das praias: Praia Grande e Mongaguá estão com todas as praias impróprias Índice
|