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CRIME EM PRAIA GRANDE
Claudionor Souza diz que voltou a São Paulo, na noite de núpcias, para buscar documentos
Marido de jornalista depõe por 14 horas
FAUSTO SALVADORI FILHO E
MARCELO OLIVEIRA
DO "AGORA"
A polícia suspeita do envolvimento de Claudionor Souza, 54,
na morte da mulher, Sueli Jacinto,
42. Até agora, porém, não há provas contra ele. Souza começou a
ser ouvido às 15h de terça-feira e
foi liberado às 5h de ontem. "Ele
não deixa de ser suspeito, mas nenhuma hipótese está descartada",
disse o delegado Carlos Batista, do
2º distrito policial de Praia Grande, que ainda investiga as possibilidades de latrocínio (roubo seguido de morte) e vingança. Segundo Souza, foram roubados R$
500 e o celular de Sueli.
A jornalista foi morta a golpes
de rolo de macarrão, menos de 24
horas após o casamento, na casa
alugada para a lua-de-mel, na Vila
Caiçara, em Praia Grande.
O marido disse acreditar que o
crime tenha ocorrido entre 18h30
de segunda e 1h de terça. Ele afirmou que, nesse período, esteve
fora da casa para buscar documentos do carro na capital. Necropsia feita pelo IML, porém,
aponta que o crime ocorreu entre
3h e 4h de terça-feira.
Souza disse que encontrou o
corpo da esposa às 6h de terça, na
cozinha da casa alugada. O álibi
do marido foi confirmado por
uma irmã de Sueli, Luciene Cristina Jacinto, que levou os documentos para ele na estação Paraíso do metrô.
A polícia estranhou algumas
circunstâncias do caso, como o fato de Souza ter deixado a esposa
sozinha na noite de núpcias.
Souza e Sueli se conheceram há
cerca de três anos, quando ambos
trabalhavam na Rede Mulher.
Na TV, Sueli produzia o programa "Aqui entre nós". Trabalhava
também como assessora de imprensa do vereador da capital José
Olímpio (PMDB) e da deputada
estadual Edna Macedo (PTB-SP)
-irmã de Edir Macedo, da Igreja
Universal do Reino de Deus.
Os noivos se casaram na capital,
às 10h de segunda-feira. Saíram
da capital no Hyundai branco de
Souza e chegaram às 16h30 em
Praia Grande, onde deveriam ficar por cinco dias. O taxista disse
que, às 18h30, pegou um ônibus
para buscar os documentos em
São Paulo. Segundo a polícia, ele
apresentou as passagens utilizadas na viagem.
Depois de pegar os documentos
do Hyundai, Souza teria retornado a Praia Grande, chegando à 1h
de terça. Lá, de acordo com a sua
versão, encontrou a porta da casa
trancada e saiu de carro, percorrendo hospitais e delegacias na
busca por informações. O molho
com as chaves da residência acabou sendo encontrado por um vizinho, na garagem.
Souza disse ter dormido algumas horas no carro. Por volta das
6h, foi à casa acompanhado de
um chaveiro, mas o vizinho lhe
entregou as chaves e a porta não
precisou ser arrombada.
Ao entrar, ele descobriu a sala
revirada e o corpo na cozinha. O
assassino esfacelou o crânio de
Sueli, que estava curvada para
trás, com os pés e o pescoço atados às mãos com cordas de varal.
Souza disse que trabalhou como
câmera, coordenador de programação e diretor de TV. Tornou-se
taxista ao ficar desempregado, há
um ano.
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