São Paulo, domingo, 19 de dezembro de 2010

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USP duplica verba para construção e reforma de prédios

Valor subirá de R$ 36 milhões para R$ 84 milhões; haverá intervenções na FAU, na ECA e em outras unidades

Diretores dizem que obras são necessárias; para sindicato de professores, prioridade deveria ser salarial

Daniel Marenco/Folhapress
Prédio da FAU apresenta problemas como goteiras e infiltrações; obras já começaram

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

O ano que vem será marcado por obras na USP: segundo o orçamento aprovado pela universidade, a verba para construção, ampliação e reformas de prédios mais que dobrará em relação a 2010.
"Trabalho há 28 anos com o orçamento da USP. Nunca tivemos um montante assim para obras", disse o presidente da Comissão de Orçamento e Patrimônio da instituição, Joaquim Engler.
A programação da universidade prevê R$ 84 milhões para obras em 2011, ante R$ 36 milhões neste ano. A título de comparação, a construção de uma creche padrão da Prefeitura de São Paulo custa cerca de R$ 1 milhão.
Segundo Engler, não será preciso cortar outras ações para aumentar as obras, pois o crescimento da arrecadação do Estado sustentará as reformas (a USP recebe parcela fixa dos impostos).
Três diretores de unidade consultados pela Folha apoiaram as verbas para construções. Já o sindicato dos professores criticou.
Algumas das ações já definidas na Cidade Universitária são construção de prédios para ECA (Escola de Comunicação e Artes) e Instituto de Relações Internacionais, onde estão hoje os barracões -estruturas improvisadas que abrigam atividades da faculdade de Veterinária.
A FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) terá o teto reformado e receberá novos laboratórios. A Faculdade de Educação contará com novo prédio e biblioteca.
Desde antes de tomar posse, em janeiro, o reitor João Grandino Rodas dizia que os campi da USP precisavam de reformas. Procurada, a reitoria não informou as intervenções a serem feitas em 2011.

DIVERGÊNCIAS
"Há edifícios no campus de SP com mais de 50 anos que precisam de reformas estruturais para adaptá-los às novas exigências de acessibilidade e conforto", afirmou o diretor da Escola Politécnica, José Roberto Cardoso.
Ele defende as ampliações, pois as vagas na graduação cresceram, o que demanda mais espaços para atividades extraclasse.
"As obras são mais do que necessárias. O que já está definido muda o panorama no campus, mas ainda faltará muita coisa", disse o diretor da FAU, Sylvio Sawaya.
Inaugurado há 40 anos, o prédio da FAU enfrenta diversos problemas. Goteiras são comuns no edifício desenhado por Vilanova Artigas.
"Havia o risco de colapso. Já recuperamos as vigas de sustentação e agora reformaremos a cobertura", disse Sawaya. Os banheiros deverão ser modernizados até o meio de 2011. No prédio anexo, está prevista a construção de laboratórios para aulas.
Na Faculdade de Educação, será concluída construção para uma nova biblioteca, afirma a diretora da unidade, Lisete Arelaro.
O espaço atual, que possui rachaduras e está afundando, será demolido. No lugar, haverá um novo prédio, de cinco andares, com centro de pesquisa e auditórios.
O presidente da Adusp (sindicato dos docentes), João Zanetic, criticou o modo de distribuir as verbas. "Não houve diálogo. E a melhoria dos salários, principalmente para os funcionários?".


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