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Saneamento leva até 5 anos, diz professor
ALEXANDRE MARON
da Sucursal do Rio
No mínimo um e até cinco anos
é o prazo para que os danos causados pelo vazamento de óleo da
Petrobras na Baía de Guanabara
sejam sanados.
A avaliação é do professor de
engenharia costeira e oceanográfica Paulo Cesar Rosman, 47.
"Essa prazo é difícil de determinar com exatidão, mas, por causa
da área afetada e da quantidade
de óleo que parece ter vazado, pode ter essa variação", afirma Rosman.
O engenheiro leciona no departamento de saneamento e engenharia oceânica da Coppe/UFRJ
(Coordenação de Programas de
Pós-Graduação em Engenharia
da Universidade Federal do Rio
de Janeiro).
O biólogo marinho Francisco
Eduardo Piquet, 40, do Instituto
Baía de Guanabara, afirma que, o
fato do óleo ter atingido manguezais caracteriza um desastre ecológico. "O óleo cobre o manguezal
e evita a renovação da vida. E o
pior é que a limpeza de um manguezal, cheio de lama e vegetação,
é dificílima", afirmou.
Já para Rosnam, um dos maiores problemas, que amplia o dano
do acidente, é a localização da refinaria. "Se uma pessoa de má fé
quisesse escolher a dedo o pior lugar da baía para colocar uma refinaria, teria colocado exatamente
onde essa está. Há 50 anos, quando a Reduc foi lançada não havia
preocupações ecológicas."
Ao redor da baía estão instaladas 6.000 companhias, das quais
52 são responsáveis por 80% do lixo industrial despejado em suas
águas.
A Reduc é considerada pela Secretaria de Estado de Saneamento
e Recursos Hídricos o principal
foco de poluição. Sozinha, a refinaria despeja 1,4 tonelada por dia
de óleo, cerca de 20% do total.
Para complicar a situação, o
PDBG (Programa de Despoluição
da Baía de Guanabara), o maior
conjunto de obras de saneamento
básico dos últimos 20 anos no Estado do Rio, não agiu ainda sobre
esse tipo de acidente.
Em seu primeiro estágio, que já
consumiu R$ 522 milhões, de
uma verba total que chega a US$
800 milhões (cerca de R$ 1,44 bilhão), o projeto tratou somente de
saneamento básico e tratamento
de lixo.
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