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ESTRADAS
Concessionária terá de pagar a parentes de agricultor que perdeu o controle de veículo após animais cruzarem a pista
NovaDutra irá indenizar família de vítima
KEILA RIBEIRO
DA FOLHA VALE
A Justiça determinou à NovaDutra o pagamento de indenização a quatro pessoas da família do
agricultor Wilson Hyoshiotaka
Arakaki, que morreu em acidente
na via Dutra. A decisão é a primeira desse tipo contra a concessionária, que assumiu a rodovia em
março de 1996.
A NovaDutra terá de pagar à
viúva, Glória Hatsue Higashi Arakaki, e aos três filhos do casal cerca de R$ 2.500 mensais, que incluem uma pensão de dois salários mínimos (R$ 400) para cada
integrante da família, o pagamento das mensalidades da escola
particular de dois filhos e o plano
de saúde da família.
O pagamento é retroativo a setembro de 2001, data do acidente,
e deverá ser feito pelo menos até
que a Justiça se pronuncie definitivamente sobre o caso, o que não
tem data para ocorrer.
O mérito do caso ainda está sendo avaliado pelo Tribunal de Alçada Cível do Estado, mas o pagamento terá de ser feito pela NovaDutra porque o tribunal concedeu à família a tutela antecipada
-decisão judicial que garante o
recebimento da indenização até
que o julgamento do processo.
A NovaDutra recorreu ao STJ
(Superior Tribunal de Justiça)
contra a concessão da tutela antecipada, mas o presidente do tribunal, ministro Nilson Naves, negou, na quarta-feira passada, seguimento ao recurso.
Além de Arakaki, que tinha 40
anos à época do acidente, em setembro de 2001, seu sogro, Teruhisa Higashi, 74, também morreu,
após o carro em que estavam capotar no km 190 da rodovia, em
Santa Isabel, no sentido Rio-São
Paulo. Um grupo de cavalos teria
invadido a pista, e o agricultor, ao
tentar desviar dos animais, perdeu o controle do veículo.
O carro, um Gol, transportava
ainda a mulher do agricultor, que
estava grávida havia um mês, e
dois filhos do casal.
De acordo com os dados incluídos no processo pela família do
agricultor, a concessionária já teria sido avisada pela Polícia Rodoviária Federal, dois meses antes
do acidente, das constantes invasões de pista por animais.
A NovaDutra, que tenta impedir a derrota na decisão final da
Justiça, informou, por meio de
sua assessoria, que não iria se pronunciar sobre o assunto enquanto
ele ainda estivesse sendo analisado pelo Poder Judiciário.
Como a concessionária se recusou a falar sobre o assunto, a reportagem da Folha não teve acesso ao teor da alegação apresentada pela empresa no processo.
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