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Bombeiros suspendem as buscas
Eles agora vão monitorar o trabalho dos operários, para o caso de surgirem indícios de mais vítimas
O 6º corpo, do funcionário público municipal Marcio Alambert, foi localizado no final da noite de quinta dentro do microônibus
DA REPORTAGEM LOCAL
Após uma semana de trabalho e seis corpos resgatados dos
escombros, os bombeiros suspenderam ontem as buscas de
vítimas na cratera aberta na
obra do metrô em Pinheiros
(zona oeste de São Paulo).
O último corpo encontrado
foi o do funcionário público
municipal Marcio Rodrigues
Alambert, 31, que estava dentro
do microônibus tragado pelo
buraco quando passava pela
rua Capri (que margeia a obra
do metrô). Alambert foi achado
no final da noite de anteontem.
Apesar de dizer que não haveria mais trabalhos efetivos de
busca por outros corpos, os
bombeiros afirmaram que
acompanharão as ações no canteiro de obras em busca de indícios de vítimas. Ontem familiares do contínuo Cícero Augustinho da Silva, 61, que está desaparecido, pediu que as buscas
não fossem suspensas.
"Continuamos os trabalhos,
mas agora como observadores", disse Antônio dos Santos,
comandante do Corpo de Bombeiros. Ontem, máquinas trabalhavam para estabilizar o solo do local, o que possibilitará o
trabalho de peritos.
Os cães farejadores não puderam ser utilizados nas buscas
porque os diversos corpos retirados da cratera deixaram vestígios, o que confundiria os cachorros. Além disso, não se tem
uma pista do local onde Silva
pudesse ter caído.
"Não temos provas de que ele
esteja no local do acidente",
disse o delegado-geral da Polícia Civil, Mário Jordão. Segundo Jordão, há apenas "indícios"
de que o office-boy esteja na
cratera. Um deles é o horário do
desaparecimento, que aconteceu depois das 13h da sexta -o
acidente foi por volta das 15h.
A polícia agora tenta rastrear
os últimos sinais dos celulares
Vivo e Claro do office-boy. Jordão afirmou que ontem pediu à
Justiça para ter acesso aos dados das operadoras.
Ontem, o governador de São
Paulo, José Serra (PSDB), comentou o desaparecimento de
Silva. "Existe dúvida a respeito.
Em São Paulo, me disseram,
desaparecem 60 pessoas por
dia. Então, não se tem claro se
essa pessoa estava lá ou não."
O governador destacou que
tanto os bombeiros quanto a
polícia procuram o office-boy.
O Corpo de Bombeiros anunciou o fim das operações de resgate às 2h de ontem, quando o
microônibus foi retirado dos
escombros.
"Não tenho mais o que fazer
lá embaixo", afirmou o comandante dos bombeiros na região
metropolitana, João Souza.
Do veículo, sobraram apenas
o chassi, rodas e parte dos bancos. O microônibus ficou soterrado por 28 m de entulho. Em
um primeiro momento, o governo estadual e o consórcio diziam não ter certeza da presença da lotação no local.
Os donos da empresa de lotação, então, afirmaram que o
veículo havia sido localizado
pelo sistema que informa o posicionamento de veículo. Anteontem, eles admitiram que
mentiram para pressionar as
autoridades a buscar a lotação.
Imagens do circuito de câmeras do Edifício Passarelli flagraram o momento do desabamento. As gravações, divulgadas ontem pela TV Bandeirantes, mostram correria e pânico
e o momento em que a aposentada Abigail Rossi de Azevedo,
75, uma das vítimas, passa em
direção às obras, 45 segundos
antes do desabamento.
(FABIANE LEITE, FÁBIO TAKAHASHI e KLEBER TOMAZ)
Colaboraram EVANDRO SPINELLI , GILMAR PENTEADO e AFRA BALAZINA
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