São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 2007

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Estilista é acusado de furto em cemitério

Ronaldo Esper foi preso no Araçá depois de um funcionário dizer tê-lo flagrado levando 2 vasos de túmulo numa sacola

Esper apresenta o quadro "Agulhadas", no programa "Superpop", da Rede TV!; o advogado dele diz que tudo foi uma "grande confusão"

Divulgação - 24.jan.2005
O estilista Ronaldo Esper, preso sob a acusação de tentar levar dois vasos (foto menor) do Araçá


ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O estilista Ronaldo Esper, 62, foi preso em flagrante sob a acusação de tentar furtar dois vasos no cemitério do Araçá, em São Paulo. Segundo a polícia, um funcionário disse que o viu se preparando para colocá-los em seu Fusca, parado na manhã de ontem no Araçá.
Especializado na confecção de vestidos de noiva, Esper, segundo um jardineiro, retirou por volta das 9h dois vasos pequenos (sem flores, com cerca de 30 cm e 6 kg cada um) de um túmulo e os colocou numa sacola de feira, verde e de lona.
Ao ser questionado pelo jardineiro sobre o motivo da retirada dos vasos (a polícia não sabe se feitos de mármore ou concreto), Esper, segundo o delegado Roberto Krasovic, do 23º DP (Perdizes), disse que eles estavam no túmulo de uma tia.
Desconfiado da versão de Esper -"extremamente elegante" (calça jeans, camisa xadrez, paletó e óculos escuros grandes), segundo funcionários-, o jardineiro chamou o administrador do cemitério, Elias Costa Rodolpho, e ele exigiu que o estilista comprovasse que o túmulo era de sua tia.
Pressionado, conforme os funcionários, Esper disse que iria levar os dois vasos para seu apartamento, na Bela Vista (centro). O advogado Marcelo Furman, defensor do estilista, afirma que seu "cliente é vítima de um grande mal entendido".

Delegacia
Os funcionários chamaram guardas-civis metropolitanos, que levaram Esper ao 23º DP. Logo que chegou, o estilista disse, segundo o delegado plantonista Júlio Carlos Rolim, que, de fato, tentou levar os vasos e merecia ser responsabilizado.
"Numa conversa informal, ele me disse que havia ido ao cemitério há uma semana, gostou dos vasos e, hoje [ontem], voltou para pegá-los. Ele conhece objetos raros e disse que os vasos não eram mais fabricados", disse Rolim. "Ele é réu confesso", afirmou o delegado Krasovic, chefe do DP.
De acordo com os funcionários do cemitério, cada vaso custa, em média, R$ 50. Vários outros iguais aos que Esper teria tentado furtar estão espalhados pelo local e são fixados aos túmulos com cimento.
Para ter sua ficha de antecedentes criminais averiguada (ele não tinha passagens anteriores) e comprovar sua identidade, Esper foi submetido a um exame datiloscópico. Ele teve todos os dedos pintados com tinta preta e suas digitais foram confrontadas com o banco de dados da Polícia Civil.
Esper, então, foi colocado numa pequena cela do 23º DP conhecida como "corró". Horas depois, passou a dividi-la com dois presos. Um deles, detido ao tentar roubar um carro, estava ensanguentado; o outro fora condenado por homicídio.
Por não ter curso superior, Esper seria transferido ainda na noite de ontem para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros ou para a carceragem do 91º DP (Ceasa).


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