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Pai diz que Justiça inglesa impede a volta de seu filho
Garoto de 3 anos, nascido no Brasil, ficou sob a guarda de uma outra família após suspeita de ser alvo de agressão
Pai alega que teve que fugir de volta para o Brasil para não ser preso e que manchas no corpo da criança são causadas por doença rara
LUIZ CARLOS DA CRUZ
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM CASCAVEL
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES
O paranaense Roberson Tavares dos Santos, 24, acusa o
governo inglês de impedir a repatriação de seu filho de três
anos, nascido no Brasil. Santos
disse que foi acusado na Inglaterra de maltratar a criança e
que voltou fugido para o Brasil
no ano passado. O menino
apresenta hematomas, mas, segundo o pai, elas são provocadas por uma doença rara.
A Folha não conseguiu falar
com a Justiça britânica nem
com algum representante diplomático do país.
Santos, que mora em Umuarama (580 km de Curitiba),
conta ter deixado a Inglatera
em setembro com a atual mulher, Flávia Aline Boreski, 21.
Segundo ele, os dois estavam
com os vistos vencidos e temiam ser presos sob a acusação
de agredir o menino. A criança
é filha do primeiro casamento
de Roberson.
Santos relata que médicos
britânicos acharam que as
manchas no corpo de Edyglaison Martins dos Santos, 3, indicavam agressões e avisaram a
polícia. Ele afirma que a Justiça britânica expediu um mandado de busca e apreensão na
casa de seu irmão, em Grimsby
(noroeste do país), onde se hospedava com a mulher e o filho.
Cleberson Tavares dos Santos, 26, o irmão, vive legalmente na Inglaterra há seis anos.
Roberson conta que a polícia
chegou quando ele e a mulher
estavam fora da casa. Orientado pelo irmão, ele disse ter retornado imediatamente ao
Brasil, sem o filho.
Santos relata que após sua
volta foi diagnosticado que seu
filho é portador da síndrome de
Wiskott-Aldrich -doença rara
que provoca manchas similares
a hematomas no corpo. Segundo o casal, a Justiça inglesa determinou que o garoto ficasse
sob a guarda de uma família
desconhecida em Grimsby.
Segundo Roberson, a Justiça
da Inglaterra disse que só liberaria a criança caso tivesse a garantia de que o tratamento
continuaria no Brasil. Para o
Ministério Público, a doença
pode ser tratada no país.
O promotor da Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Umuarama, Eduardo
Cambi, disse ontem que irá entrar com uma medida de proteção. "Minha intenção é pedir o
repatriamento dessa criança
para que seja preservado o direito de convívio familiar."
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