São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 2007

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Pai diz que Justiça inglesa impede a volta de seu filho

Garoto de 3 anos, nascido no Brasil, ficou sob a guarda de uma outra família após suspeita de ser alvo de agressão

Pai alega que teve que fugir de volta para o Brasil para não ser preso e que manchas no corpo da criança são causadas por doença rara

LUIZ CARLOS DA CRUZ
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM CASCAVEL

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES

O paranaense Roberson Tavares dos Santos, 24, acusa o governo inglês de impedir a repatriação de seu filho de três anos, nascido no Brasil. Santos disse que foi acusado na Inglaterra de maltratar a criança e que voltou fugido para o Brasil no ano passado. O menino apresenta hematomas, mas, segundo o pai, elas são provocadas por uma doença rara.
A Folha não conseguiu falar com a Justiça britânica nem com algum representante diplomático do país.
Santos, que mora em Umuarama (580 km de Curitiba), conta ter deixado a Inglatera em setembro com a atual mulher, Flávia Aline Boreski, 21. Segundo ele, os dois estavam com os vistos vencidos e temiam ser presos sob a acusação de agredir o menino. A criança é filha do primeiro casamento de Roberson.
Santos relata que médicos britânicos acharam que as manchas no corpo de Edyglaison Martins dos Santos, 3, indicavam agressões e avisaram a polícia. Ele afirma que a Justiça britânica expediu um mandado de busca e apreensão na casa de seu irmão, em Grimsby (noroeste do país), onde se hospedava com a mulher e o filho.
Cleberson Tavares dos Santos, 26, o irmão, vive legalmente na Inglaterra há seis anos.
Roberson conta que a polícia chegou quando ele e a mulher estavam fora da casa. Orientado pelo irmão, ele disse ter retornado imediatamente ao Brasil, sem o filho.
Santos relata que após sua volta foi diagnosticado que seu filho é portador da síndrome de Wiskott-Aldrich -doença rara que provoca manchas similares a hematomas no corpo. Segundo o casal, a Justiça inglesa determinou que o garoto ficasse sob a guarda de uma família desconhecida em Grimsby.
Segundo Roberson, a Justiça da Inglaterra disse que só liberaria a criança caso tivesse a garantia de que o tratamento continuaria no Brasil. Para o Ministério Público, a doença pode ser tratada no país.
O promotor da Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Umuarama, Eduardo Cambi, disse ontem que irá entrar com uma medida de proteção. "Minha intenção é pedir o repatriamento dessa criança para que seja preservado o direito de convívio familiar."


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