São Paulo, terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

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Colunista do "NYT" defende pilotos do Legacy

Joe Sharkey vê busca por "bode expiatório"

DA FOLHA ONLINE

O colunista do jornal "The New York Times" Joe Sharkey, que estava no Legacy da empresa americana ExcelAire que colidiu com o Boeing da Gol em setembro do ano passado, comentou a reportagem de anteontem da Folha, sobre os diálogos gravados na caixa-preta do avião.
Em seu blog, Sharkey diz que a imprensa brasileira tenta "pegar como bodes expiatórios dois pilotos americanos enquanto acobertam as falhas evidentes do controle de tráfego aéreo brasileiro".
A reportagem teve acesso às 290 páginas de transcrições das conversas dos pilotos do Legacy e dos controladores de tráfego aéreo brasileiros.
O conteúdo aponta dificuldades de comunicação entre os pilotos do Legacy e o controlador responsável pelo vôo que impediu a dupla -por três vezes- de esclarecer se deveria seguir a 37 mil pés de altitude. O plano de vôo previa mudança para 36 mil pés na região onde houve o acidente.
Sharkey não contradiz os dados da reportagem, mas defende os pilotos americanos Joe Lepore e Jan Paladino ao dizer que o controle de tráfego aéreo do Brasil "é uma bagunça".
O colunista do "NYT" insistiu que os pilotos não souberam no que colidiram até pousarem. Para ele, "ninguém sobrevive a uma colisão em vôo entre duas grandes aeronaves".
Além do piloto, do co-piloto e do colunista do "NYT", estavam no Legacy, no momento da colisão, dois executivos da ExcelAire e dois funcionários da Embraer -um americano e um brasileiro.

Blog
Joe Sharkey foi bastante irônico ao comentar trechos da reportagem em seu blog na internet (www.joesharkey.com).
Ele criticou o fato de as transcrições terem chegado à imprensa, a quem acusou de liderar uma "missão de pegar como bodes expiatórios dois pilotos americanos enquanto acobertam falhas evidentes do controle de tráfego aéreo brasileiro e controladores de vôo mal pagos e mal treinados".
Sobre as dificuldades de comunicação entre pilotos e controladores, Sharkey é ainda mais irônico. Ele afirma ter conhecido Lepore e Paladino após o acidente e que ambos "são bons caras", "pilotos experientes" e que "falam inglês muito bem", ao contrário dos brasileiros.


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