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Cônsul presenciou confissão, diz repórter suíço
DO ENVIADO A ZURIQUE
As muitas contradições
no relato de Paula Oliveira
levaram a polícia a desconfiar de sua versão desde o
início, mas foi um detalhe
aparentemente insignificante que a levou a confessar a farsa: um teste de gravidez caseiro, que disse ter
comprado numa loja da
Migros, a maior cadeia de
supermercados da Suíça.
Quando a polícia disse
que a Migros não vendia o
teste, Paula não resistiu
mais à pressão e finalmente confessou: gravidez e
ataque haviam sido inventados. Os detalhes foram
passados à Folha pelo jornalista suíço Alex Baur,
que revelou a confissão
um dia antes no semanário "Die Weltwoche".
Baur disse que viu na tela de um computador as
duas confissões assinadas
na presença da cônsul do
Brasil em Zurique, Vitoria
Cleaver. A diplomata, segundo as fontes de Baur,
era a única pessoa presente no quarto do Hospital
Universitário de Zurique,
onde foi feita a confissão,
além dos policiais.
A reportagem pegou a
Procuradoria Geral de Zurique de surpresa, levando-a à decisão de divulgar
ontem a confissão. Foi
aberta uma investigação
para apurar quem foi o
responsável pelo vazamento ao "Die Weltwoche", já que violação de sigilo de Justiça por uma
autoridade pública é crime na Suíça. "Sim, estou
sendo investigado", confirmou Baur. A Procuradoria de Zurique reconheceu que a investigação dificilmente conduzirá a um
indiciamento, pois não há
provas de que o autor do
vazamento foi um policial.
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