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AUGUSTO LUIZ GONZAGA (1933-2009)
Um pioneiro no tratamento de hemofílicos
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
A iniciativa do médico Augusto Luiz Gonzaga de abrir
uma escola de cães-guia para
cegos começou com um
anúncio no jornal, que ele
mesmo mandou publicar.
Procurava um instrutor
para dar as aulas. Depois de
achar um aspirante à vaga, o
segundo passo foi mandar o
rapaz para a Nova Zelândia,
único país com um curso de
formação de treinadores
aberto a alunos estrangeiros.
Augusto bancou tudo. Não
tinha cegos na família, nem
amigos cegos, mas percebia
que alguns pacientes com a
deficiência deixavam de sair
de casa. Para ele, um cão poderia mudar-lhes a vida.
Médico formado no Rio,
sua especialidade não era a
oftalmologia; era a hematologia. De 1985 a 1987, foi presidente da SBHH (Sociedade
Brasileira de Hematologia e
Hemoterapia).
Chegou a ser consultor da
OMS e da Cruz Vermelha Internacional para assuntos ligados ao sangue. Como diz a
filha Maria Eugênia, o pai foi
pioneiro no tratamento de
hemofílicos, tendo atendido
os irmãos Betinho (sociólogo) e Henfil (cartunista).
Entre outras instituições
ligadas à área, criou o Hospital do Hemofílico, no Rio.
Após se aposentar, voltou a
sua cidade, Florianópolis.
Para passar o tempo, pintava
cerâmica e cultivava um orquidário. Morreu sábado, aos
75, após um AVC (acidente
vascular cerebral). Deixa cinco filhos e quatro netos.
obituario@grupofolha.com.br
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