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Em época de chuva, prefeitura improvisa reparo de semáforos
Contrato com empresa responsável pelo serviço venceu há um mês e equipes reduzidas da CET não atendem à demanda
No começo da semana havia mais de 2.700 solicitações de manutenção preenchidas por marronzinhos ainda pendentes, diz funcionário
ALENCAR IZIDORO
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em plena época de chuvas, os
semáforos da cidade de São
Paulo estão com manutenção
precária da CET (Companhia
de Engenharia de Tráfego).
Os contratos terceirizados
com os responsáveis pelo serviço acabaram há um mês e, desde então, a empresa de trânsito
da gestão Gilberto Kassab
(DEM) está improvisando somente com as próprias equipes
internas para consertar os aparelhos e trocar as lâmpadas.
O problema atingiu até um
cartão-postal da cidade-a esquina das avenidas Ipiranga e
São João, no centro, onde as
lâmpadas do sinal vermelho de
dois dos três semáforos ficaram
apagadas por mais de 24 horas,
entre anteontem e ontem.
A CET afirma que a descontinuidade dos serviços terceirizados ocorreu por não ter sido
encerrada a licitação lançada
no ano passado. Ela prevê retomá-los na semana que vem.
A falta de reparos em semáforos, além de prejudicar a fluidez, confunde motoristas e pode ameaçar a segurança viária.
Em período de chuva a situação piora porque os apagões
são mais frequentes. Segundo
um funcionário da CET, no começo desta semana havia mais
de 2.700 talões preenchidos
por marronzinhos solicitando a
manutenção de semáforos -e
que continuavam pendentes.
Segundo estimativa conservadora a partir de informações
divulgadas pelo órgão, ao menos 40 casos deixam de ser
atendidos por dia de um mês
para cá. A cidade tem 5.918 cruzamentos semaforizados.
Anteontem, durante menos
de três horas circulando por
bairros da região sul e central
numa tarde sem chuva, a Folha
identificou quatro semáforos
em amarelo piscante e 23 com
lâmpadas queimadas em vias
estratégicas da capital paulista.
Substituições
A relevância do trabalho que
está prejudicado há um mês já
foi destacada pela própria CET.
"A falta de manutenção no
sistema de semáforos acarretará riscos elevados e concretos
de acidentes ocasionados por
eventuais falhas destes equipamentos, com prejuízos sociais
significativos", escreveu a companhia ao publicar, no ano passado, a justificativa para a contratação dos novos serviços.
Os dois contratos para consertar os semáforos -que tinham custo anual de R$ 9 milhões, 1,2% do orçamento da
CET de 2009- acabaram nos
dias 17 e 24 de janeiro.
A CET busca minimizar as
consequências sob a justificativa de que destacou funcionários próprios para a atividade.
Mas houve redução do total de
equipes, que não conseguem
atender à demanda média de
400 solicitações por dia.
No começo de 2008, a CET
divulgava haver cerca de cem
homens de empresas terceirizadas para esse trabalho, além
de mais oito equipes próprias.
Ontem ela disse que "por
ocasião do final do contrato"
havia 65 funcionários terceirizados, que foram substituídos
por 50 homens da companhia
-ou seja, queda de 23%.
Funcionários dizem que a diminuição foi ainda maior -e
agravada pela alta da demanda
no período de chuvas.
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