São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2011 |
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Fernando, 18, sonha em comprar uma moto e ajudar a mãe DE RIBEIRÃO PRETO A busca antecipada pela vaga no corte da cana tem um motivo: melhorar de vida. Fernando Santos Santiago, 18, por exemplo, saiu de Timbiras, no norte do Maranhão, com o sonho de comprar uma moto e ajudar a mãe com o dinheiro que receber. Para suportar os dois meses sem trabalho fixo, Santiago trouxe na bagagem arroz, feijão, farinha e um coquinho de uma espécie de palmeira muito cultivada no Maranhão, o babaçu. Já o pouco de dinheiro serve para comprar outros alimentos e pagar o aluguel da "casa" -quarto sem cama, cozinha sem pia e geladeira, chuveiro sem água quente- que divide com outro amigo. Por mês, são R$ 75 para cada um. Sem qualquer infraestrutura, eles improvisaram uma rede e arrumaram um colchão para descansar após um dia de trabalho. Santiago disse que está preparado para realizar o trabalho nos canaviais e que todo o esforço compensa. Sem emprego com salário bom na terra natal, ele espera receber até R$ 1.000 por mês como cortador de cana. "Quero comprar uma moto. Com uns R$ 3.000 consigo uma usada. Depois, quero ajudar minha mãe, comprar uma televisão, um som e uma geladeira." PEDAÇO DE CHÃO Também de Timbiras, Manoel Gama da Silva Filho, 20, colega de Santiago, já realizou dois sonhos. "Já comprei uma moto e um pedaço de chão [no Maranhão] para construir minha casa", disse. Há três anos, ele vem para a região para o corte de cana. Continua fazendo o trajeto para atingir o terceiro sonho: construir a casa. No Maranhão, Silva Filho ajudava sua família no cultivo de arroz, feijão, milho e de abóbora. "Vejo esse trabalho [de cortador de cana] recompensado quando volto e levo alguma cosa para eles lá." (VBF) Texto Anterior: Análise: Condição de trânsito permanente define vida de cortadores de cana Próximo Texto: Ação no Rio gerou confronto entre polícias Federal e Civil Índice | Comunicar Erros |
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