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JUSTIÇA
Parecer afirma que transexual continua homem após operação
Procuradoria é contra mudança oficial do nome de Roberta Close
SILVANA DE FREITAS
da Sucursal de Brasília
A Procuradoria Geral da República emitiu parecer contrário ao
pedido de mudança de nome feito
pela transexual Roberta Close, 32.
Segundo a Procuradoria, Roberta
Close nasceu homem e, por isso,
deve continuar assinando o nome
Luiz Roberto Gambrine Moreira.
A possibilidade de obter na Justiça o direito de mudar o nome e a
identificação de sexo (hoje masculino) nos documentos pessoais depende agora de decisão de cinco
ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Roberta Close aguarda desde
maio de 1995 o julgamento pelo
STF de um recurso contra decisão
do TJ (Tribunal de Justiça) do Rio
de Janeiro, que rejeitou a alteração
do registro civil.
O parecer do Ministério Público,
redigido pelo subprocurador Flávio Giron, baseou-se em perícias
para afirmar que, mesmo após a
cirurgia de mudança do sexo, Close continua sendo um homem
-seu organismo continua a produzir hormônios masculinos.
Em 16 de setembro de 1989, ela
fez a cirurgia em Londres, após
tratamento psiquiátrico. No ano
seguinte, impetrou ação na Justiça
Federal do Rio e depois recurso no
Supremo.
A defesa de Roberta Close sustenta que o acórdão (decisão) do
TJ que negou a alteração do registro civil feriu princípios constitucionais, como a ``dignidade da
pessoa humana''.
Segundo seus advogados, que
precisam se referir a ela formalmente como homem, ``o transexualismo do recorrente, além de
causar vários inconvenientes de
ordem social e jurídica, tem principalmente o tornado extremamente infeliz e ansioso''.
Para a Procuradoria Geral da República, não houve ofensa explícita a nenhum dispositivo da Constituição.
O recurso -agravo de instrumento- será julgado pelos ministros Sydney Sanches, Moreira Alves, Octávio Gallotti, Celso de Mello e Ilmar Galvão. A data não está
marcada.
Roberta Close quer se chamar
Roberta Gambrine Moreira. Se for
derrotada no STF, só restará como
alternativa a eventual aprovação
de um projeto de lei no Congresso
criando a possibilidade de mudança no registro civil.
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