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Professores mantêm greve e farão ato na sede do governo
Grevistas voltaram a bloquear parte da avenida Paulista e da rua da Consolação
Para governo, manifestação é política; horas antes, funcionários da saúde decidiram parar por 2 dias na próxima semana
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um protesto que voltou a
bloquear a av. Paulista, os professores das escolas estaduais
de São Paulo decidiram ontem
à tarde manter a greve da categoria, iniciada no último dia 8.
Também decidiram radicalizar: a próxima assembleia, na
sexta-feira que vem, será realizada diante do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi (zona
oeste), a sede do governo.
No entanto, uma resolução
estadual diz que as ruas ao redor do palácio são áreas de segurança e que manifestações
são "obrigatoriamente desviadas para áreas próximas".
A Apeoesp (sindicato dos
professores) pede um reajuste
salarial de 34,3%. O governo
José Serra (PSDB) diz que não
é possível conceder o aumento
e que o movimento é político.
A greve, na versão da Secretaria da Educação, conta com a
adesão de 1%. Já a Apeoesp afirma que mais de 60% dos docentes não estão dando aulas.
Na quarta passada, a reportagem telefonou para 108 escolas
da capital e do interior e constatou que 42 foram afetadas pela greve -em nove nenhum
professor trabalhou e em 33
uma parte não deu aula. Outras
66 funcionaram normalmente.
No protesto de ontem, os
professores se reuniram no
vão-livre do Masp para decidir
sobre a continuidade da greve.
Segundo a Apeoesp, 40 mil pessoas participaram. Pelos cálculos da Polícia Militar, 8.000.
O movimento contou com a
participação de cerca de 500
servidores da Secretaria de Estado da Saúde, que horas antes
haviam decidido realizar uma
paralisação de 48 horas na segunda e na terça-feira. Eles
querem um aumento de 40%.
O SindSaúde-SP (sindicato
dos servidores da Saúde) afirma que, embora com menos
funcionários trabalhando, nenhuma unidade médica será fechada. Assim como a Apeoesp,
o SindSaúde-SP é ligado à CUT,
entidade sindical ligada ao PT.
Com apitos, faixas, bandeiras, narizes de palhaço e até caixões, os professores grevistas
gritavam "fora Serra". A av.
Paulista foi sendo ocupada faixa por faixa até ficar completamente tomada pelos manifestantes, nos dois sentidos. Os
300 policiais que vigiavam o ato
não contiveram o avanço.
Na semana passada, os grevistas haviam feito protesto no
mesmo lugar, mas ocuparam só
uma pista da Paulista. Ontem,
os carros que iam no sentido
Paraíso só chegavam até a rua
Peixoto Gomide. No sentido
Consolação, até a rua Itapeva.
No final da tarde, os professores seguiram em passeata até
a Secretaria da Educação, na
praça da República (centro).
No trajeto, ocuparam uma pista da rua da Consolação.
Segundo a CET, o protesto
contribuiu para que São Paulo
tivesse 207 km de congestionamento às 19h, o maior índice do
ano no horário.
A terapeuta Claudia Melo, 41,
com o carro preso perto da av.
Paulista, ligava para a creche
avisando que se atrasaria para
buscar o filho. "Podem fazer
greve, mas não precisam prejudicar outras pessoas."
No carro ao lado, a gerente
Juliana Ávila, 29, discordava.
"Se o governo não ouve, devem
mesmo tomar uma atitude."
Colaboraram a Folha Online e o "Agora"
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