|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prisões disseminam doença
da Reportagem Local
Prisões do mundo todo estão
funcionando como caldo de
cultura ideal para a expansão
da Aids. A conclusão é de Alex
Wodak, médico do St. Vicent
Hospital, de Darlinghurst, na
Austrália, e especialista em
drogas e Aids nas prisões.
Segundo seus estudos, cerca
de 50% dos 16 mil presos do
país estão na cadeia por crimes
ligados ao uso da droga. Desses, 80% são usuários e 20%
traficantes. Um quarto dos detentos usam drogas injetáveis
dentro dos presídios. Em média, fazem duas aplicações por
mês, contra as 40 feitas por dependentes em liberdade.
Os presos, no entanto, dividem uma mesma seringa em
grupos de 15 a 16 pessoas.
"A rotatividade nas prisões é
altíssima, porque as penas são
curtas", diz Wodak. "Um preso que hoje divide a mesma seringa com 16 companheiros ,
daqui a meses estará em outra
cadeia, em outra cidade, repartindo a droga com outros."
Este mesmo preso estará em
breve em liberdade, convivendo com a mulher e dividindo a
seringa com outros, diz ele.
"A única forma de estancar
esse crescimento é não colocar
nas prisões usuários de drogas
e pequenos infratores", afirma.
Outra solução é oferecer seringas para os presos, o que já
se faz em duas prisões da Suíça
e em duas da Alemanha.
(AB)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|