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SAÚDE PÚBLICA
Prefeitura mantém apenas 25 equipes de fiscais; cidade tem 58 mil estabelecimentos comerciais
SP reduz a fiscalização de alimentos
MARIANA VIVEIROS
da Reportagem Local
A Prefeitura de São Paulo reduziu o número de equipes de fiscalização de estabelecimentos que
comercializam alimentos de 80
para 25 em sete anos. A cidade
tem hoje cerca de 58 mil estabelecimentos do gênero.
A relação entre número de equipes trabalhando e locais cadastrados para vistoria é hoje de 1 por
2.320. Em 93, quando existiam 30
mil estabelecimentos, a relação
era de 1 equipe para cada 375 locais cadastrados.
No Rio de Janeiro -segunda
maior cidade do país- trabalham hoje cerca de cem equipes
fiscalizando 25 mil estabelecimentos -1 equipe por 250 locais.
Em Curitiba, 24 equipes são responsáveis por 12 mil estabelecimentos -1 equipe por 500 locais.
A fiscalização na cidade de São
Paulo é responsabilidade da Semab (Secretaria Municipal do
Abastecimento) e feita pelo Dima
(Departamento de Inspeção Municipal de Alimentos). O quadro
reduzido de funcionários representa um problema para a vistoria
e para a saúde pública.
A fiscalização do Dima avalia as
condições de higiene no que diz
respeito a manuseio, embalagem,
armazenamento, exposição e
venda de alimentos. Verifica também se as normas do Código Sanitário Municipal de Alimentos
estão sendo cumpridas.
Hoje o departamento funciona
com base apenas em denúncias,
não há equipes suficientes para
realizar uma fiscalização de rotina. "Há dez anos não é realizado
concurso para contratação de novos médicos veterinários", reclama o diretor do Dima, Luiz Antonio Colombo Jonke.
Segundo Jonke, o departamento recebe diariamente cerca de 40
reclamações e realiza uma média
de 30 fiscalizações. O diretor do
Dima afirma que as equipes trabalham no plantão, de domingo a
domingo, e que nenhuma reclamação fica sem atendimento.
A falta de pessoal provocou a redução do número de vistorias em
São Paulo. Em 98, quando havia
32 equipes, foram feitas 13.447
vistorias, segundo o Dima. Esse
número caiu para 11.855 no ano
passado, quando 28 equipes cuidavam da fiscalização.
Se cada vistoria correspondesse
a um local diferente -o que não
acontece-, teriam sido visitados
20,4% dos locais cadastrados.
Segundo Pedro Germano, professor titular do Departamento de
Prática Sanitária da USP, uma fiscalização aceitável deveria atingir
anualmente 50% dos estabelecimentos. Para ele, a vistoria feita
por denúncia é insuficiente.
Até março deste ano, foram realizadas 2.200 blitze em São Paulo
-89 estabelecimentos foram interditados e 476 multados. A média diária é de um estabelecimento fechado e cinco multas.
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