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INFÂNCIA
Meninas do Maranhão e de Piauí teriam sido aliciadas
Promotora denuncia rede de prostituição entre Nordeste e SP
da Sucursal de Brasília
A promotora do município de
Caxias (MA), Lítia Cavalcante,
denunciou ontem em depoimento à Comissão de Direitos Humanos da Câmara que menores do
Maranhão e do Piauí estão sendo
levadas para a prostituição em
São Paulo e na Espanha.
A promotora entregou ao presidente da comissão, deputado
Marcos Rolim (PT-RS), vídeos
com depoimentos de mães e colegas das menores que saíram do
Nordeste, levadas por criminosos
ligados à prostituição infantil.
Lítia Cavalcante também acusou a participação de autoridades
judiciais e policiais em redes de
prostituição infantil.
Além da promotora, representantes da Bahia, de Alagoas e da
Paraíba, que estiveram ontem na
comissão, denunciaram o envolvimento de policiais, promotores
e juízes. Nirvana Melo, juíza de
Alagoas afastada da função, afirmou que até um padre do interior
do Estado ajudava a aliciar menores para a prostituição.
Lítia Cavalcante defendeu uma
lei mais severa para punir quem
promove a prostituição infantil.
Ela lembrou que, enquanto a
Constituição prevê punição rigorosa ao abuso sexual com adolescentes e crianças, o Código Penal
é brando quando trata o tema.
A promotora afirmou que, em
um dos vídeos entregues a Marcos Rolim, uma mãe conta "desesperada" que a filha foi levada
por criminosos para a Espanha,
em outubro de 99. "Entreguei a
mesma fita à Polícia Federal."
Em outra fita, segundo ela, uma
menina conta como 14 colegas da
região foram levadas para São
Paulo, também para trabalhar na
prostituição infantil.
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