São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 2000


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INFÂNCIA
Meninas do Maranhão e de Piauí teriam sido aliciadas
Promotora denuncia rede de prostituição entre Nordeste e SP

da Sucursal de Brasília

A promotora do município de Caxias (MA), Lítia Cavalcante, denunciou ontem em depoimento à Comissão de Direitos Humanos da Câmara que menores do Maranhão e do Piauí estão sendo levadas para a prostituição em São Paulo e na Espanha.
A promotora entregou ao presidente da comissão, deputado Marcos Rolim (PT-RS), vídeos com depoimentos de mães e colegas das menores que saíram do Nordeste, levadas por criminosos ligados à prostituição infantil.
Lítia Cavalcante também acusou a participação de autoridades judiciais e policiais em redes de prostituição infantil.
Além da promotora, representantes da Bahia, de Alagoas e da Paraíba, que estiveram ontem na comissão, denunciaram o envolvimento de policiais, promotores e juízes. Nirvana Melo, juíza de Alagoas afastada da função, afirmou que até um padre do interior do Estado ajudava a aliciar menores para a prostituição.
Lítia Cavalcante defendeu uma lei mais severa para punir quem promove a prostituição infantil. Ela lembrou que, enquanto a Constituição prevê punição rigorosa ao abuso sexual com adolescentes e crianças, o Código Penal é brando quando trata o tema.
A promotora afirmou que, em um dos vídeos entregues a Marcos Rolim, uma mãe conta "desesperada" que a filha foi levada por criminosos para a Espanha, em outubro de 99. "Entreguei a mesma fita à Polícia Federal."
Em outra fita, segundo ela, uma menina conta como 14 colegas da região foram levadas para São Paulo, também para trabalhar na prostituição infantil.


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