São Paulo, terça-feira, 20 de abril de 2004

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PATRIMÔNIO

Reforma está paralisada

Impacto de túnel sobre Obelisco será analisado

DA REPORTAGEM LOCAL

A restauração do Obelisco (zona sul) vai incluir uma análise dos impactos causados na estrutura do monumento pelo túnel Ayrton Senna e pelas obras viárias realizadas no entorno do local.
Segundo as empresas que fazem os reparos, a decisão visa tranqüilizar a população sobre o que elas e a Sociedade Veteranos de 32 MMDC (responsável pelo monumento) consideram falsas denúncias sobre irregularidades nas obras, espalhadas por "pessoas que pretendem obter vantagens na restauração", conforme disse ontem o vice-presidente da entidade, o coronel Antonio Carlos Mendes, 62.
Os realizadores das obras afirmam ter laudos da prefeitura, da época da construção do túnel, negando impactos ao Obelisco. Dizem ainda que todas as intervenções no monumento foram aprovadas pelo Condephaat (órgão estadual de preservação do patrimônio). Laudo pericial feito por determinação judicial concluiu que não há risco iminente de desabamento, mas apontou a necessidade de estudo aprofundado do solo abaixo do Obelisco.
O engenheiro João Carlos Beneton, responsável pela parte de estrutura metálica da restauração, disse que a avaliação dos impactos deve começar assim que a juíza Maria Lúcia Pizzotti Mendes, da 32ª Vara Cível, liberar as obras.
Mendes determinou a paralisação temporária para que fosse feita perícia sobre a adequação das técnicas de restauro, questionadas em ação cautelar proposta por Fiammetta Emendabili, filha do autor do projeto do Obelisco, Galileo Emendabili. Uma decisão sobre o caso só deve sair em maio.
O advogado da ação cautelar, Paolo Emendabili, filho de Fiammetta e neto de Galileo, diz que o único interesse da família é preservar o monumento e não permitir que seja usado para publicidade da Claro -empresa de telefonia móvel que banca a reforma.
O patrocínio foi conseguido pela Farah Service, empresa contratada pela Sociedade Veteranos de 32 para viabilizar a restauração. A Claro não informa quanto investe nas obras, que vêm se arrastando desde 2001.


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