São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008

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ERALDO TINOCO MELO (1943 - 2008)

De estafeta a ministro, graças a ACM

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Todo mundo o chamava de carlista na Bahia." E Eraldo Tinoco Melo o era de coração. Guardava em uma pasta não só as fotos em que posava com Antônio Carlos Magalhães, como as cartas escritas para ele, de próprio punho, pelo cacique do PFL. "Era-lhe muito grato", pois "foi de estafeta a ministro."
Nasceu na "humilde" Ipiaú (BA). Menino, ainda, participou de uma eleição de brincadeira e ganhou. "Viu que dava para a política." Aos 13 foi office-boy em Salvador e liderou um grupo de jovens da Igreja Batista que "iam ajudar os pobres na favela". Ficou feliz ao virar estafeta do correio. "Mas o que mais queria era tirar o boné de estafeta para paquerar as meninas." O que conseguiu.
Fazia administração quando saíra candidato a vereador. "Pegou cem amigos para conseguir dez votos cada um", conta a viúva. Mas não se elegeu. Entrou para o Instituto de Urbanismo e Administração Municipal, criado pelo governador ACM. Foi diretor do Ministério da Educação, professor da Universidade Federal da Bahia e secretário de educação de ACM, que o "estimulou" a partir para a política.
"Quando viu que tinha veia política, ACM lhe disse: "vá fazer campanha'", conta a viúva. Foi eleito cinco vezes deputado federal, além de ter sido ministro e vice de Paulo Souto (DEM) no governo da Bahia. Tinha dois filhos e quatro netos. Morreu na terça, aos 64, de pancreatite. No enterro, estava ACM Júnior.

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