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ERALDO TINOCO MELO (1943 - 2008)
De estafeta a ministro, graças a ACM
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Todo mundo o chamava
de carlista na Bahia." E Eraldo Tinoco Melo o era de coração. Guardava em uma
pasta não só as fotos em que
posava com Antônio Carlos
Magalhães, como as cartas
escritas para ele, de próprio
punho, pelo cacique do PFL.
"Era-lhe muito grato", pois
"foi de estafeta a ministro."
Nasceu na "humilde" Ipiaú
(BA). Menino, ainda, participou de uma eleição de brincadeira e ganhou. "Viu que
dava para a política." Aos 13
foi office-boy em Salvador e
liderou um grupo de jovens
da Igreja Batista que "iam
ajudar os pobres na favela".
Ficou feliz ao virar estafeta
do correio. "Mas o que mais
queria era tirar o boné de estafeta para paquerar as meninas." O que conseguiu.
Fazia administração quando saíra candidato a vereador. "Pegou cem amigos para
conseguir dez votos cada
um", conta a viúva. Mas não
se elegeu. Entrou para o Instituto de Urbanismo e Administração Municipal, criado
pelo governador ACM. Foi
diretor do Ministério da
Educação, professor da Universidade Federal da Bahia e
secretário de educação de
ACM, que o "estimulou" a
partir para a política.
"Quando viu que tinha veia
política, ACM lhe disse: "vá
fazer campanha'", conta a
viúva. Foi eleito cinco vezes
deputado federal, além de ter
sido ministro e vice de Paulo
Souto (DEM) no governo da
Bahia. Tinha dois filhos e
quatro netos. Morreu na terça, aos 64, de pancreatite. No
enterro, estava ACM Júnior.
obituario@folhasp.com.br
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