|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CHIC
Rua dos Jardins espanta fama de azarada e recebe nomes como Versace, Armani e Thierry Mugler
Bela Cintra desencanta com novas lojas
PRISCILA LAMBERT
da Reportagem Local
A rua Bela Cintra, nos Jardins
(zona oeste), desenterrou de vez o
sapo que mantinha sua fama de
azarada e se prepara para se tornar
o grande ponto de grifes internacionais na cidade.
Além das grifes italianas recém-inauguradas -Emporio Armani, aberta na última quarta-feira, e Versace, há sete meses na Bela
Cintra-, a rua contará ainda com
a marca japonesa Kenzo e a francesa Thierry Mugler.
``A rua será vista como um bulevar, atraindo pessoas bonitas e erguendo o comércio'', diz Michelle
Nasser, sócia da Emporio Armani.
No final dos anos 80, o grande
número de negócios -principalmente restaurantes- que abriam
e fechavam em pouco tempo conferiu à rua uma imagem de micada, ou azarada.
Além disso, marcas de peso raramente se instalavam na Bela Cintra
-ao contrário do que aconteceu
com sua``irmã rica'', a paralela
Haddock Lobo, onde estão bem
consolidadas casas como The Place, Rodeio e The Gallery.
Flora Marisa Tusatto, dona da
pizzaria Babbo Giovanni -que se
mantém viva há 16 anos- contesta a má fama da rua. ``A Bela Cintra nunca foi caída. Alguns negócios não deram certo por causa dos
planos econômicos'', diz.
Outra casa que sobreviveu à má
fama foi a Lellis Trattoria, situada
há 11 anos entre as alamedas Tietê
e Lorena. ``Quando inaugurei a
casa, o movimento de carros atrapalhava o trânsito. Hoje, continuamos com filas de espera de
clientes'', diz o dono João Lellis.
A má reputação da Bela Cintra
começou a caiu por terra com a
chegada, há dois anos, do restaurante mineiro Dona Lucinha e do
fast food chique Yellow Giraffe.
O fast food atende cerca de 18 mil
clientes por mês. ``É a filial que recebe o maior movimento'', diz Gugu di Pace, um dos sócios.
Ele não acredita que a rua será
tematizada como ``a rua da moda''. ``Está havendo uma diversificação de produtos oferecidos, o
que é muito bom. Mas com certeza
as grifes de moda serão um chamariz para o comércio da rua.''
A inauguração do restaurante
francês Le Chef Rouge, em 96,
também contribuiu para a queda
do tabu. ``Nunca acreditamos nessa história de `mico'. Vimos o ponto como uma grande oportunidade'', diz a sócia Vanessa Fiuza.
``As grifes internacionais são
bem-vindas porque irão atrair novos clientes aos restaurantes da
Bela Cintra'', comemora Vanessa.
A empresária Janete Bogocian,
uma das donas da Versace, tem a
mesma opinião. ``Vamos animar a
Bela Cintra e transformá-la, junto
com as outras grifes, em uma Madison ou uma Rodeio Drive brasileira (ruas de Nova York e Los Angeles famosas pelas butiques de
grifes internacionais).''
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|