São Paulo, sábado, 20 de maio de 2000


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BATALHA NA PAULISTA
Segundo comandante da Polícia Militar, "alguns jovens acabam exagerando na bebida e ficam valentes"
PM culpa jovens alcoolizados por conflito

LEONARDO FUHRMANN
DA FOLHA ONLINE

O comandante da Polícia Militar de São Paulo, coronel Rui César Melo, disse ontem que o confronto entre manifestantes e PMs anteontem na avenida Paulista ocorreu devido ao excesso de álcool ingerido por alguns jovens.
"Quando passei lá, vi várias latas de cerveja no chão. Alguns jovens acabam exagerando na bebida e ficam valentes, arrumando confusão", afirmou.
Segundo o comandante da Polícia Militar, 310 policiais -do batalhão da região, da tropa de choque e do Corpo de Bombeiros- estavam acompanhando o protesto, que seria pacífico.
Devido ao número de pessoas no vão livre do Masp, a polícia liberou a pista sentido Brigadeiro-Consolação para os manifestantes, o que, na avaliação do batalhão de trânsito, não iria prejudicar muito o trânsito e o transporte de doentes a hospitais da região.
Um grupo de pessoas, que o comandante acredita pertencer a associações estudantis e grupos de punks, estaria jogando paus e pedras nos carros que passavam no sentido Consolação-Brigadeiro, invadindo as pistas desse sentido.
A tropa, que fazia um cordão de isolamento na ilha central da avenida, foi atacada pelas costas, segundo o coronel. Os policiais que faziam a retaguarda do cordão de isolamento, responsáveis pelo ataque de bombas de efeito moral, reagiu jogando as bombas.
"Entre o conflito físico e a contenção química, ao atacarmos essas bombas causamos menos ferimentos aos manifestantes", disse o comandante. Passaram pelos hospitais da região 21 pessoas que teriam se ferido no confronto.
"Os únicos feridos com gravidade foram um professor, que ao que parece teria tentado devolver a bomba para a tropa, e o repórter-fotográfico Alex Silveira, do "Agora São Paulo'", disse.
O fotógrafo foi atingido por uma bala de borracha perto do PM teme que confronto na Paulista prejudique imagem da tropa
Imagem O comandante afirmou que está preocupado com o prejuízo que o conflito da Paulista possa trazer à imagem da PM. Ele teme que o incidente prejudique projetos como a polícia comunitária, que, segundo ele, depende muito da confiança da população no trabalho policial.
"Temos evitado ao máximo este tipo de conflito, mas não podemos deixar de cumprir a nossa função constitucional. É lógico que este tipo de problema prejudica a imagem da Polícia Militar", declarou o comandante.
"Não acho que tenha havido excessos, mas vamos apurar tudo que aconteceu lá", disse.


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