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Refém afirma que matou seqüestrador para sair de cativeiro
Empresário de 21 anos disse à polícia que matou um seqüestrador com golpes de machado e que rendeu outros dois criminosos
Segundo o jovem, ele foi seqüestrado no dia 16 em Carapicuíba por um primo de segundo grau e levado para o cativeiro no interior
PABLO SOLANO
DA AGÊNCIA FOLHA
ARTUR RODRIGUES
DO "AGORA"
Um empresário de 21 anos
disse à polícia que matou um
seqüestrador com golpes de
machado para fugir do cativeiro. O caso aconteceu anteontem em Americana (a 133 quilômetros de São Paulo).
Com a arma do criminoso
morto, o empresário (cujo nome não é divulgado por segurança) disse ter rendido outros
dois seqüestradores, que foram
entregues a guardas civis.
Segundo policiais da Delegacia de Investigações Gerais de
Americana, a rapaz relatou ter
sido rendido às 20h30 da última sexta-feira quando saía da
transportadora de seu pai em
Carapicuíba (Grande SP).
A abordagem teria sido feita
por Nilson de Matos, 52, que é
primo em segundo grau da vítima, de acordo com a polícia. Ele
teria exigido R$ 200 mil de resgate -o dinheiro não foi pago.
O empresário disse que foi levado de carro para um canavial
em Americana, onde permaneceu até a noite de sábado, quando foi transferido para uma casa no bairro Vila Margarida. O
local, segundo a polícia, é freqüentado por traficantes.
O rapaz disse à polícia que foi
mantido desamarrado e que,
por volta das 23h de domingo,
percebeu que Robson da Silva
Barbosa, 37, cochilava. O empresário disse que encontrou
um machado e o atingiu com
três golpes na nuca.
Com o revólver tomado de
Barbosa, ainda segundo esse
relato, o rapaz teria obrigado
Gamaliel Carlos Moraes, 41, e
Kaline Cantelli Boer, 21, que estavam do lado de fora, a ir com
ele até uma delegacia.
Os três seguiram em um Fox
de Kaline, com Moraes na direção e o empresário e a mulher
no banco traseiro. O grupo foi
encontrado por guardas civis.
Segundo o guarda Charles Renato da Costa, o seqüestrado
gritava por socorro.
O guarda foi com o grupo até
o cativeiro. No local, o corpo de
Barbosa foi achado com ferimentos na cabeça e no pescoço.
Os dois suspeitos informaram aos guardas civis que mais
envolvidos estavam em uma
casa nas redondezas. Alexandre de Matos não estava no local, mas sua mulher, Rosivania
Maria Scaraente, 29, foi presa.
O empresário disse que ela esteve na casa para levar comida.
O delegado Alfredo Luiz Ondas afirmou que o empresário
não deve ser indiciado pela
morte de Barbosa em virtude
das "evidências flagrantes" de
legítima defesa.
Alexandre e Nilson de Matos,
apontados como mentores do
crime, estão foragidos. Os três
presos confessaram o crime e
foram indiciados sob acusação
de extorsão mediante seqüestro, segundo a polícia. Os advogados dos suspeitos não foram
localizados pela reportagem.
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