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NICOLA COLLOCA (1946-2010)
Os vinhos de Nico, um engenheiro italiano
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma garrafa do vinho de
Nicola Colloca, segundo o
próprio, valia R$ 200. O valor, no fundo, ele nunca cobrou, pois, como gostava de
brincar, ninguém pagava
mesmo. E a bebida acabava
indo de graça para os amigos.
Nascido na Itália, onde colheu azeitonas quando pequeno para ajudar a família,
ele chegou ao Brasil aos sete,
com os pais, comerciantes.
A família era pobre, e Nicola, com cerca de 12 anos, foi
vender doces na praça da Sé.
Rapaz esforçado, como o
descreve a mulher, Corina,
ele conseguiu se formar em
engenharia na FEI, em São
Bernardo do Campo.
Logo entrou para a Companhia Telefônica, como técnico, e aos poucos foi subindo de cargo, até chegar a chefe de departamento. Aposentou-se aos 55 anos, mas continuou trabalhando no ramo.
Pouco antes, aos 42, Nico
-também era conhecido como Baixinho- sofreu um infarto, e os médicos nunca
acreditaram que ele fosse viver muito mais tempo.
Mas ele nunca parou. Depois da aposentadoria, continuou numa prestadora de
serviços na área de telecomunicações até o fim da vida.
Era brincalhão e adorava
reunir os amigos de pescaria,
do trabalho, ou os ex-colegas
da faculdade. Levava o pessoal para ajudar a amassar a
uva ou a engarrafar o vinho.
Na quinta, morreu aos 64,
do coração. Deixa viúva, cinco filhos e neta. A missa de
sétimo dia será amanhã, às
19h30, na paróquia São
Francisco de Assis, SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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