São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 2011

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Para Rodas, "só minoria" é contra PM dentro da USP

De acordo com reitor da universidade, "polícia não vai entrar para ser cuspida"

Segundo investigação, estudante foi abordado após passar em caixa eletrônico; suspeitos estavam dentro da FEA


DE SÃO PAULO

Após o primeiro caso de roubo seguido de morte ocorrido na Cidade Universitária, o reitor da USP, João Grandino Rodas, cobrou maior presença da PM no campus.
À Folha, ele disse que, sozinho, não pode tomar a decisão, mas espera que o Conselho Gestor do Campus da Capital, que representa alunos, professores e funcionários, faça a recomendação.
Uma reunião emergencial será realizada hoje, às 10h.
Na noite de anteontem, o estudante Felipe Ramos de Paiva, 24, foi assassinado após deixar o prédio da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da qual era aluno.
Para Rodas, apenas uma minoria é contra a atuação contínua da PM no campus.
"E a polícia não vai entrar para ser cuspida em um lugar onde existe enfrentamento de certos grupos", afirmou.
Ele diz que o campus atrai bandidos por ter "fronteiras porosas" com pouco controle e má iluminação -ele promete resolver a questão da iluminação em até um ano.
No início do mês, após uma onda de sequestros-relâmpagos no campus, o Conselho Gestor fez um plano de segurança de médio prazo. Entre outras medidas, o plano recomendava que a Guarda Universitária fosse ampliada. Mas Grandino acha que a guarda, sozinha, não afasta os criminosos pelo fato de não ser armada.
Ao menos 12 PMs estavam no campus quando o estudante foi morto com um tiro na cabeça durante uma tentativa de roubo, às 21h40.
Minutos antes, os dois homens suspeitos do crime, segundo a polícia, foram flagrados por uma câmera de segurança no saguão da FEA.
A polícia suspeita dos dois porque não foram reconhecidos como alunos e, instantes antes do crime, tentaram abordar uma pessoa em um ponto de ônibus. Essa mesma testemunha ajuda a polícia a tentar identificar os suspeitos por retratos falados.
Felipe foi morto no estacionamento da FEA, onde a iluminação é fraca. Ele havia sacado dinheiro em um caixa eletrônico e, para a polícia, foi seguido por dois ladrões, reagiu ao assalto e foi baleado. O dinheiro sumiu. Ele tinha um Passat blindado, onde tentou se esconder depois de resistir ao ataque.
Dez dos 12 PMs que estavam na USP faziam uma blitz nas proximidades da portaria 3, a cerca de 4 km do local do crime. Os outros dois PMs faziam rondas pelo campus.
Desde outubro de 2010, PMs fazem duas blitze diárias na USP. Os bloqueios têm o objetivo de achar suspeitos e apreender drogas ou armas.
A PM diz que a Guarda Universitária falhou ao não informá-la com rapidez e ao não fechar os portões. A PM diz que foi avisada às 22h, 20 minutos após o crime.
(CRISTINA MORENO DE CASTRO, AFONSO BENITES e ANDRÉ CARAMANTE)

FOLHA.com
Veja a entrevista do reitor da USP na íntegra
folha.com.br/ct918353


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