São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 2011

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Posto de saúde já tem fila 3 h antes de abrir

Pacientes são dispensados sem consulta se houver muita gente; prefeitura diz que senhas organizam atendimento

Sistema informatizado que deveria gerenciar todas as consultas e exames na rede ainda não foi implantado


MARCELLE SOUZA
DO "AGORA"

São 6h30 e quase 300 pessoas formam uma fila no entorno da UBS (Unidade Básica de Saúde) Jardim Joamar, no Tremembé (zona norte de SP), para tentar marcar uma consulta com um clínico geral. O posto abre às 7h, mas os primeiros pacientes chegaram antes da 4h.
Mais gente chega, mesmo com o frio (13C na região).
Idosos e gestantes não têm prioridade no atendimento.
As 250 fichas (metade para cada médico) começam a ser distribuídas pontualmente às 7h e, em apenas 20 minutos, o segurança anuncia que mais de cem pessoas terão que voltar para casa.
A aposentada Maria Aparecida Tonda, 65, terá que acordar mais cedo da próxima vez. "É um absurdo. Cheguei às 6h30 e não consegui marcar a consulta", disse.
A multidão se aglomera na UBS porque só pode marcar consulta com um clínico geral, um ginecologista ou um pediatra duas vezes por mês.
E os pacientes só serão atendidos depois de um mês, aproximadamente. A unidade faz, mensalmente, uma média de 2.240 consultas.
A doméstica Yara Jurema Silveira, 57, chegou às 4h, mas a consulta foi marcada para 15 de junho. "É uma falta de respeito", afirmou.
Caso estivesse funcionando, o Siga (Sistema Integrado de Gestão do Atendimento) poderia acabar com filas como a da UBS Jardim Joamar.
O sistema deveria registrar todos os pedidos de exames e consultas desde o final de 2010, mas, até agora, o agendamento ainda não é informatizado. O Siga começou a ser implantado em 2004 e já custou R$ 102 milhões.

OUTRO LADO
A Secretaria Municipal da Saúde disse que usa senhas para organizar a ordem de chegada na UBS.
Segundo a pasta, o "sistema da unidade é informatizado e a agenda está aberta todos os dias, incluindo para pediatria e ginecologia".
Mesmo após a reportagem ter constatado que não há atendimento prioritário, a secretaria afirmou que idosos e grávidas têm prioridade -mas "reforçou a orientação aos profissionais".


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