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São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 2003

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SAÚDE

Tratamento associado a fé é tema de congresso em SP

Médico defende disciplina sobre espiritualidade em faculdades

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Médicos espiritualistas defendem que escolas de medicina incluam em seu currículo uma disciplina sobre "medicina e espiritualidade". Não confundir com "cirurgias espirituais" nem com operações "milagrosas" atribuídas a médiuns que incorporariam cirurgiões, como o "dr. Fritz".
"Nós estamos ficando para trás, especialmente num país riquíssimo em cultura religiosa e espiritual", diz o clínico Sérgio Felipe de Oliveira. Segundo ele, nos EUA há 50 escolas médicas que já incluem a espiritualidade nos seus cursos, 19 delas com apoio do Instituto Nacional de Saúde.
Oliveira preside a Associação Médico-Espírita de São Paulo e é um dos organizadores do 4º Congresso Nacional da Associação Médico-Espírita do Brasil, que está acontecendo em São Paulo.
"Elaboramos um dossiê demonstrando que já há produção científica suficiente para que o tema seja incluído nas faculdades." Estes estudos, segundo o médico, comprovariam que a espiritualidade, em qualquer das suas formas, pode colaborar para a cura. Do congresso de São Paulo participam cerca de 1.200 médicos, "de vários países e várias religiões", diz Oliveira. No Brasil, há cerca de 12 mil médicos filiados às associações dos vários Estados. Os filiados são todos espíritas kardecistas. Eles alegam que o espiritismo é uma "doutrina ecumênica", que engloba todos aqueles que pensam de forma positiva.
"Não é necessário acreditar em Deus para ter religiosidade", diz a médica Marlene Nobre, presidente das associações nacional e internacional de médicos espíritas. "O mais importante é ter uma ação positiva diante da vida."
Regina Parizi, presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, afirma que o CRM vê "a religião como outro instrumento de auto-ajuda, como a psicanálise". "Achamos que espiritualidade pode trazer conforto psicológico e contribuir para a cura. Mas achamos que a religião é uma questão pessoal, não de currículo escolar."



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