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Pai dos irmãos Cravinhos não comenta as acusações feitas por Suzane contra ele
Eugenio Goulart - 6.nov.2002/"Diário de S.Paulo"
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Daniel e o pai, Astrogildo, em 6 de novembro de 2002, dois dias antes da confissão do crime |
DA REPORTAGEM LOCAL
A Folha tentou ontem conversar por telefone com Astrogildo Cravinhos. Ele não quis
ser entrevistado e não quis saber o teor das acusações de Suzane von Richthofen contra si.
"Não quero nem saber. Eu
não vou emitir minha opinião.
Eu não quero abrir a minha boca. Eu não permito que você divulgue nada do que estamos falando nem qualquer impressão
sobre minha pessoa", disse ele.
No escritório de Geraldo Jabur, advogado dos Cravinhos, a
secretária Aline informava que
o representante não se encontrava e recusou-se a fornecer o
número do celular dele.
Astrogildo sempre falou com
carinho de Suzane, a quem definiu como "um doce, simpática e educada" em entrevista
concedida à Folha em junho
do ano passado, quando a jovem foi solta pela primeira vez.
Na época, disse que não tinha raiva dela e que a receberia
em casa se ela assim desejasse.
"Se ela me ligasse agora, eu iria
pegá-la", afirmara.
No dia em que os filhos saíram do presídio, em novembro
do ano passado, Astrogildo voltou a repetir que não tinha mágoa de Suzane e até mostrou
uma foto 3x4 dela que carregava na carteira com as fotografias de Daniel e Cristian.
"Não tenho nada contra a Suzane. Absolutamente nada",
disse na época. "Se ele [Daniel]
quiser, até o levo para encontrar-se com ela", acrescentou.
Astrogildo contou que ele e
sua mulher, Nadja Cravinhos,
tentaram visitar Suzane diversas vezes no presídio, mas a garota nunca permitiu que eles
entrassem no local.
Amor lindo
De acordo com o aposentado,
a jovem e o filho tinham um
"amor lindo, que ganhava do de
Romeu e Julieta". O pai afirmou que sempre recebeu a jovem e o irmão dela, Andreas,
em casa no tempo em que ela e
Daniel namoravam.
Segundo Astrogildo Cravinhos, Suzane e o irmão dormiram diversas vezes no quarto
de Daniel. Pelo menos até junho do ano passado, o ex-sogro
mantinha em casa fotos de Suzane e Daniel juntos, suvenires
trazidos pelo casal de uma viagem ao Rio Grande do Norte e
até objetos pessoais da garota.
O aposentado foi um dos primeiros a acorrer à casa de Manfred e Marísia von Richthofen
no dia do assassinato.
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