São Paulo, terça-feira, 20 de junho de 2006

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Pai dos irmãos Cravinhos não comenta as acusações feitas por Suzane contra ele

Eugenio Goulart - 6.nov.2002/"Diário de S.Paulo"
Daniel e o pai, Astrogildo, em 6 de novembro de 2002, dois dias antes da confissão do crime


DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha tentou ontem conversar por telefone com Astrogildo Cravinhos. Ele não quis ser entrevistado e não quis saber o teor das acusações de Suzane von Richthofen contra si.
"Não quero nem saber. Eu não vou emitir minha opinião. Eu não quero abrir a minha boca. Eu não permito que você divulgue nada do que estamos falando nem qualquer impressão sobre minha pessoa", disse ele.
No escritório de Geraldo Jabur, advogado dos Cravinhos, a secretária Aline informava que o representante não se encontrava e recusou-se a fornecer o número do celular dele.
Astrogildo sempre falou com carinho de Suzane, a quem definiu como "um doce, simpática e educada" em entrevista concedida à Folha em junho do ano passado, quando a jovem foi solta pela primeira vez.
Na época, disse que não tinha raiva dela e que a receberia em casa se ela assim desejasse. "Se ela me ligasse agora, eu iria pegá-la", afirmara.
No dia em que os filhos saíram do presídio, em novembro do ano passado, Astrogildo voltou a repetir que não tinha mágoa de Suzane e até mostrou uma foto 3x4 dela que carregava na carteira com as fotografias de Daniel e Cristian.
"Não tenho nada contra a Suzane. Absolutamente nada", disse na época. "Se ele [Daniel] quiser, até o levo para encontrar-se com ela", acrescentou.
Astrogildo contou que ele e sua mulher, Nadja Cravinhos, tentaram visitar Suzane diversas vezes no presídio, mas a garota nunca permitiu que eles entrassem no local.

Amor lindo
De acordo com o aposentado, a jovem e o filho tinham um "amor lindo, que ganhava do de Romeu e Julieta". O pai afirmou que sempre recebeu a jovem e o irmão dela, Andreas, em casa no tempo em que ela e Daniel namoravam.
Segundo Astrogildo Cravinhos, Suzane e o irmão dormiram diversas vezes no quarto de Daniel. Pelo menos até junho do ano passado, o ex-sogro mantinha em casa fotos de Suzane e Daniel juntos, suvenires trazidos pelo casal de uma viagem ao Rio Grande do Norte e até objetos pessoais da garota.
O aposentado foi um dos primeiros a acorrer à casa de Manfred e Marísia von Richthofen no dia do assassinato.


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