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Prédio do arquivo histórico será restaurado
Edifício inaugurado em 1920 nunca passou por uma reforma completa
Local também sofrerá adaptações para abrigar seu acervo de 4,5 milhões de documentos sobre a cidade, alguns deles do século 16
LUÍSA BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O edifício Ramos de Azevedo,
onde fica o Arquivo Histórico
Municipal Washington Luís,
no centro de São Paulo, passará
por obras de restauro no segundo semestre. O local abriga 4,5
milhões de documentos sobre a
cidade, alguns do século 16.
Inaugurado em 1920, o prédio nunca passou por uma reforma completa. As fachadas
ainda guardam resquícios de
uma obra iniciada há 14 anos.
Desta vez, elas serão totalmente restauradas, inclusive
com reparos nos frisos e em detalhes decorativos que estão
danificados. As quatro faces do
prédio serão pintadas na cor
creme. "O objetivo é que as fachadas voltem a ser como no
projeto original", explica a arquiteta que idealizou o restauro, Cassia Magaldi.
O prédio de arquitetura eclética com influência neoclássica
é tombado pelo patrimônio histórico e cultural. O local não
oferece condições ideais para
um arquivo, pois o piso de dois
dos três pavimentos não suporta o peso de muitas estantes.
A obra completa está orçada
em cerca de R$ 2 milhões e deve durar dez meses. Parte da
verba, R$ 620 mil, é da Secretaria Municipal de Cultura. A
maior parcela virá do programa
Monumenta, financiado pelo
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento), mas ainda
não há data certa para a liberação da verba. A expectativa é
que saia ainda neste ano.
Além da fachada, o telhado
apresenta problemas em parte
da estrutura de madeira, que
sofre com a ação de cupins.
Três salas e um banheiro do
primeiro andar foram interditados, pois o teto pode desabar.
Goteiras
A cobertura tem também
pontos de infiltração, e algumas telhas serão trocadas.
"Quando chove forte, temos
que isolar parte da sala de consulta por causa de goteiras",
conta a diretora do arquivo, Liliane Schrank Lehmann. Uma
clarabóia de 250 m2 no teto e
dois vitrais na área das escadas
também passarão por restauro.
O subsolo terá o piso -feito
de cimento e madeira prensada- substituído por outro mais
resistente à ação de cupins e
que suporta peso. Dois vitrais
que ficam na área das escadas
também passarão por restauro.
Um anexo do edifício, que está completamente deteriorado,
deve ser recuperado para abrigar mais itens históricos que ficam em outros prédios municipais. "Queremos trazer para cá
documentos de até 1935. Se tivéssemos mais espaço, o ideal
seria guardar [registros] de até
1970", diz Liliane.
O arquivo possui documentos textuais e iconográficos sobre a capital no período de 1555
a 1921. O acervo conta com mapas, plantas, a história dos bairros, atas da Câmara Municipal
do século 16 e projetos originais de símbolos da cidade, como o estádio do Pacaembu e as
plantas feitas pelo arquiteto
Oscar Niemeyer para a construção do parque Ibirapuera.
Os materiais mais procurados são plantas antigas de prédios particulares e livros de registros de cemitérios, nos quais
se pode ter acesso a informações sobre pessoas mortas.
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