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Governo faz levantamento de presos
Objetivo é reunir dados para combater o crime organizado dentro das penitenciárias; visitas também são monitoradas
Trabalho de identificação dos detentos já foi iniciado pela Força de Segurança Nacional no Espírito Santo e no Mato Grosso do Sul
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
GILMAR PENTEADO
ENVIADO ESPECIAL A FORTALEZA
Para identificar as lideranças
responsáveis pela onda de violência dentro de presídios nos
últimos dias, a Força de Segurança Nacional, solicitada pelos
governos de Mato Grosso do
Sul e do Espírito Santo, está fazendo um levantamento de todos os presos e seus visitantes,
para verificar até se estão usando nomes falsos e quais são
seus vínculos fora das grades.
Segundo o secretário nacional de Segurança Pública, Luiz
Fernando Corrêa, que esteve
ontem em Fortaleza no Seminário Executivo Sul-Americano de Segurança Pública, só por
meio da inteligência policial será possível combater o crime
organizado, como a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
"Fazemos a abordagem nos
presídios, uma revista minuciosa. Identificamos, com um
método moderno, todos os que
estão lá dentro, para saber efetivamente se estão com nomes
verdadeiros, e fazemos cruzamentos com o livro de visitantes, para ver quem são as pessoas ligadas aos presos que estão do lado de fora", disse.
Um dos objetivos da ação é,
ao identificar os responsáveis,
levá-los aos futuros presídios
federais. O primeiro, em Catanduvas (PR), deverá ser inaugurado neste mês. Estão previstas
outras quatro unidades.
Corrêa afirmou que a tropa
da Força Nacional no Espírito
Santo deve aumentar para cerca de 250 homens. Até ontem,
tinham sido enviados 80 agentes. "Amanhã [hoje] vamos definir os últimos detalhes."
Ele afirmou também que o
trabalho de identificação dos
presos e monitoramento de visitantes e advogados deve ser
estendido para outros Estados,
mas não quis dizer quais.
Em Santos (SP), ao inaugurar
o novo prédio da Polícia Federal, o ministro Márcio Thomaz
Bastos (Justiça) disse que a situação [de segurança] em São
Paulo precisa ser "olhada com
muito cuidado".
"O governador Cláudio Lembo é um homem que está muito
empenhado nisso, mas acredito
que seja uma situação que tem
de ser acompanhada todo dia."
Conselho nacional
Durante o encontro em Fortaleza, o secretário nacional de
Segurança Pública foi questionado por secretários estaduais
da área.
Eles afirmaram que não são
ouvidos pelo governo federal e
pediram que seja convocado o
Conselho Nacional de Segurança -órgão formado pelo governo, Ministério Público e conselhos estaduais de segurança e
criado para discutir e sugerir
políticas públicas para a área da
segurança pública.
"Nós, secretários, precisamos opinar, precisamos ser ouvidos. Esse novo governo nunca convocou o Conselho Nacional", afirmou Manoel Santino
Nascimento Júnior, secretário
de Defesa Social do Pará e vice-presidente do Colégio Nacional
dos Secretários de Estado de
Segurança Pública.
O secretário nacional, Luiz
Fernando Corrêa, afirmou que
não houve críticas dos secretários estaduais, e sim sugestões
que serão agora analisadas pelo
governo.
Colaborou MARIANA CAMPOS, da Agência Folha, em Santos
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