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Filas em Guarulhos se estendem pelos terminais vizinhos
Irritados, passageiros reagem aos gritos de "desrespeito!'; aos berros, funcionários anunciam os atrasos e cancelamentos
Até as 21h45, índice de atrasos em Guarulhos era de 11,2%; em Congonhas, mesmo com filas menores, eram várias as reclamações
DANIEL BERGAMASCO
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Desrespeito!", gritavam
passageiros no saguão do aeroporto internacional de Guarulhos na noite de ontem.
Nos monitores que informavam decolagens, só uma palavra: "atrasado". Às 21h, vôos
previstos para as 16h ainda não
haviam decolado. As filas do
embarque doméstico da TAM e
da Gol, na Asa B, se estendiam
por todo o terminal e chegavam
aos vizinhos (A e C) cruzando
antes um corredor. Funcionários anunciavam cancelamentos e atrasos aos gritos.
O aeroporto de Congonhas
tinha filas menores, mas as reclamações eram várias. "Minhas malas foram para Brasília
e eu fiquei", dizia o empresário
Carlos Delpupo, que faria conexão na capital federal rumo a
Palmas (TO). "Vou tentar recuperar a bagagem, mas o compromisso de negócios ficou para a semana que vem."
"Nem água posso beber porque não posso sair e deixar a bagagem sozinha", dizia a professora Nadja Santos, que vinha de
Buenos Aires rumo a Salvador.
"Chama a Marta aqui para
ver se ela relaxa", dizia a passageira Maria Fernanda Araújo
em referência à frase da ministra Marta Suplicy sobre os atrasos nos aeroportos ("Relaxa e
goza, porque você esquece todos os transtornos depois"). "É
com esse descaso que o governo trata esse caos."
As amigas Tereza Cristina
Barbosa Schroeder e Célia Bíscaro, de Ribeirão Preto, tentavam relaxar em um restaurante
japonês de Congonhas. "A
TAM deveria pagar todos nossos chopes", reclamava Tereza,
que estava desde as 16h no aeroporto e, depois de um ziguezague de horários, aguardava
embarque para as 22h59.
"O vôo era às 17h22, depois às
20h10, mas acabou saindo às
19h50, quando minha amiga
[Célia] tinha ido pegar água. Ela
estava com meu bilhete, mas
acabaram me deixando entrar
no avião sem documento nenhum", diz. "Acabei, é claro,
voltando, e só aí encontrei minha amiga. Perdemos o vôo e
disseram que não tinha mais
bilhete. Aí contamos a história
e nos deixaram embarcar nesse
próximo vôo", completa Célia.
A publicitária Débora Rodello estava aflita. "Tenho que estar em São José do Rio Preto
(SP) de manhã para um evento,
e a TAM disse que não existe
garantia de que o avião decole."
Atrasos
De acordo com a Infraero, os
atrasos aconteceram pelo menos até as 21h45. Até esse horário, em Guarulhos, dos 215 vôos
previstos, 24 sofreram atrasos
de mais de 45 minutos, índice
de 11,2%. Dez vôos foram cancelados. Em Congonhas, dos
270 vôos previstos, 34 sofreram atrasos (12,6%). Três foram cancelados.
No início da noite, o intervalo
entre uma decolagem e outra
em Guarulhos era de uma hora.
Após as 22h, esse espaçamento
passou para dez minutos.
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