São Paulo, segunda-feira, 20 de julho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RS confirma mais 4 mortes por gripe suína

Ao todo, são 15 mortes no Brasil, 11 delas no Estado; entre as novas vítimas há uma gestante, cujo bebê sobreviveu, e uma menina de 5 anos

Secretário da Saúde estima que infectados no Estado sejam 2.500 e diz que maioria das vítimas tinha fatores de risco -seis eram obesas

Rivaldo Gomes/Folha Imagem
Caminhoneiro da Ceagesp se protege da gripe suína; todas as semanas chegam ao local veículos vindos do Sul do país e da Argentina

ANDRÉ DESENSO MONTEIRO
DA AGÊNCIA FOLHA

Mais quatro mortes decorrentes da gripe A (H1N1) foram confirmadas ontem pelo governo do Rio Grande do Sul, elevando para 11 o total de óbitos no Estado. Já são 15 as mortes em razão da chamada gripe suína no país -houve ainda duas em Osasco (SP), uma em Botucatu (SP) e outra no Rio.
Entre as vítimas está uma mulher de 36 anos de Uruguaiana (634 km de Porto Alegre) que estava no oitavo mês de gestação. Ela estava internada na Santa Casa local, onde morreu no dia 16. O bebê sobreviveu após uma cesárea, mas permanece numa incubadora.
Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, ainda não é possível dizer se ele foi infectado.
Uma menina de cinco anos, também internada na Santa Casa de Uruguaiana, morreu no dia 15 com a gripe. Segundo a pasta, tanto a mulher quanto a menina não fizeram viagens. A prefeitura diz que o vírus já circulava pelo município, que faz fronteira com a Argentina.
Em Santa Maria (301 km da capital), um serralheiro de 40 anos morreu no dia 17, após ser internado no Hospital Universitário. A secretaria investiga se ele esteve em algum país vizinho. Ele tinha obesidade, considerada um fator de morbidade para doenças respiratórias.
A quarta morte, no dia 6, foi de um caminhoneiro de 29 anos de São Borja (666 km de Porto Alegre). Ele viajou para a Argentina, onde pode ter contraído o vírus.

Ciclo
O secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, diz que a maioria dos 11 mortos tinha fatores de risco -seis eram obesos. Ele estima que o número de infectados no Estado seja de 2.500. Até o fim do mês, diz, o Rio Grande do Sul poderá ter 50 mil contaminados e o número de mortes deve subir, já que a letalidade esperada é de 0,5%.
A pasta estima que a gripe terá um ciclo de oito semanas. "Ela atingirá o auge em duas semanas e começará a cair. Há surtos em locais bem definidos. Na maioria dos casos, não há internados no hospital", diz.
Segundo Terra, o número de internações por gripe neste ano não está aumentando se comparado ao ano passado. A grande procura tem elevado apenas o número de consultas, afirma.
Em razão da fronteira com a Argentina -segundo país em total de mortes- e de ter temperaturas mais baixas, o Rio Grande do Sul será "o front de enfrentamento à gripe A no Brasil", afirma o secretário.


Texto Anterior: Há 50 anos
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.