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Plantão Médico
Tratamento evita a tuberculose
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
A 16ª Conferência Internacional sobre Aids terminou
sexta-feira, em Toronto, Canadá, e teve cerca de 24 mil
inscritos, entre médicos, pesquisadores, especialistas em
saúde pública e participantes
de ONGs.
Há 13 anos, como na conferência realizada em Berlim
em 1993, vem sendo assinalada a presença da tuberculose
entre pessoas portadoras do
vírus HIV.
Na reunião de Toronto, as
médicas Solange Cavalcante,
Valéria Saraceni e Betina Durovni, da UFRJ, Rio, em colaboração com pesquisadores
da Universidade Johns Hopkins, EUA, apresentaram as
primeiras conclusões de estudo mostrando que a tuberculose pode ser prevenida nos
portadores de aids.
O estudo teve por base o uso
concomitante de isoniazida
(uma droga de rotina no tratamento da tuberculose) com a
terapia antiretroviral muito
ativa, que em inglês tem a sigla HAART. Antes, as drogas
eram usadas isoladamente.
Em sua palestra, o médico
Anders Nordström, diretor-geral interino da OMS (Organização Mundial da Saúde),
elogiou a sugestão de países
como Brasil, Chile, França e
Noruega, de estabelecer taxas
adicionais nas passagens aéreas para criar um mecanismo
de financiamento sustentável
para o tratamento da aids em
países em desenvolvimento.
Nordström também destacou a necessidade de mais
pessoal auxiliar em saúde,
pois mesmo que melhorem os
recursos financeiros e os produtos médicos, não haveria
como atender o tratamento
dos pacientes sem a retaguarda adequada da enfermagem.
O médico Kevin M. De
Cock, do Programa Aids da
OMS, confirmou o sucesso da
terapia antiretroviral na prevenção da transmissão do
HIV de mulheres grávidas
portadoras do vírus para seus
bebês. Alertou, na oportunidade, que enquanto países ricos praticamente eliminaram
novos casos de aids infantil,
nos países em desenvolvimento pouco mais de 10% das
mulheres grávidas contaminadas recebem o tratamento
que pode evitar a doença em
seu filho.
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