São Paulo, domingo, 20 de agosto de 2006

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Plantão Médico

Tratamento evita a tuberculose

JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA

A 16ª Conferência Internacional sobre Aids terminou sexta-feira, em Toronto, Canadá, e teve cerca de 24 mil inscritos, entre médicos, pesquisadores, especialistas em saúde pública e participantes de ONGs.
Há 13 anos, como na conferência realizada em Berlim em 1993, vem sendo assinalada a presença da tuberculose entre pessoas portadoras do vírus HIV.
Na reunião de Toronto, as médicas Solange Cavalcante, Valéria Saraceni e Betina Durovni, da UFRJ, Rio, em colaboração com pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, EUA, apresentaram as primeiras conclusões de estudo mostrando que a tuberculose pode ser prevenida nos portadores de aids.
O estudo teve por base o uso concomitante de isoniazida (uma droga de rotina no tratamento da tuberculose) com a terapia antiretroviral muito ativa, que em inglês tem a sigla HAART. Antes, as drogas eram usadas isoladamente.
Em sua palestra, o médico Anders Nordström, diretor-geral interino da OMS (Organização Mundial da Saúde), elogiou a sugestão de países como Brasil, Chile, França e Noruega, de estabelecer taxas adicionais nas passagens aéreas para criar um mecanismo de financiamento sustentável para o tratamento da aids em países em desenvolvimento.
Nordström também destacou a necessidade de mais pessoal auxiliar em saúde, pois mesmo que melhorem os recursos financeiros e os produtos médicos, não haveria como atender o tratamento dos pacientes sem a retaguarda adequada da enfermagem.
O médico Kevin M. De Cock, do Programa Aids da OMS, confirmou o sucesso da terapia antiretroviral na prevenção da transmissão do HIV de mulheres grávidas portadoras do vírus para seus bebês. Alertou, na oportunidade, que enquanto países ricos praticamente eliminaram novos casos de aids infantil, nos países em desenvolvimento pouco mais de 10% das mulheres grávidas contaminadas recebem o tratamento que pode evitar a doença em seu filho.


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