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Cliente acusa vigias do Carrefour de agressão
Januário Alves de Santana, 39, foi confundido com assaltante quando tentava entrar em seu carro, segundo seu advogado
Defensor diz ainda que ele foi tratado como suspeito por PMs; empresa afirma que vai colaborar com investigações e PM abriu procedimento
MARINA NOVAES
FOLHA ONLINE
O vigilante Januário Alves de
Santana, 39, acusa cinco seguranças de uma loja do Carrefour em Osasco (Grande São
Paulo) de tê-lo espancado após
ser confundido com um assaltante. Segundo ele, a agressão
ocorreu quando tentava entrar
em seu automóvel -um Ford
EcoSport- na noite do dia 7.
No início do mês, vigias do
Dia%, pertencente à rede, foram acusados de matar um pedreiro em São Carlos (SP).
Santana, que é negro, registrou queixa na ocasião, e o caso
será investigado pelo 9º DP de
Osasco. Segundo o advogado
dele, Dorgival Vieira do Santos,
que preside uma ONG que
combate o racismo, o vigilante
foi vítima de preconceito racial
tanto pelos seguranças da loja
quanto pelos policiais militares
que atenderam a ocorrência.
"O negro com aparência humilde é o suspeito padrão. Mesmo ensanguentado, todo maltratado, ele foi tratado como
suspeito até pelos policiais militares que atenderam a ocorrência e teve que provar que o
carro era seu para deixar o estacionamento", disse o defensor.
Segundo o advogado, o carro
está registrado no nome da mulher de Santana, que fazia compras na loja com os dois filhos
do casal naquele momento.
Santos diz ainda que seu
cliente foi tratado como suspeito pelos PMs, que só autorizaram sua saída do mercado após
a apresentação do documento,
sem prestar socorro -ele próprio teve de ir a um hospital.
O advogado afirma que irá
acionar na Justiça tanto o Carrefour quanto o Estado por danos morais. "Vamos acompanhar o andamento do inquérito
policial. Ele passou pelos exames no IML [Instituto Médico
Legal] e também vamos solicitar as imagens das câmeras de
segurança da loja [para identificar os supostos agressores]."
Outro lado
O Carrefour disse, em nota,
que "repudia toda e qualquer
forma de agressão e desrespeito" e que "a empresa vai colaborar com as autoridades policiais
para a rápida finalização das investigações e espera que os responsáveis [pela agressão] sejam rigorosamente punidos".
A Polícia Militar informou,
também por meio de nota, que
instaurou procedimento para
apurar as denúncias do vigilante contra os policiais militares.
O órgão disse ainda "que não
compactua com nenhum tipo
de discriminação".
No caso de São Carlos, dois
seguranças de uma unidade do
Dia% são acusados de espancar
e causar a morte do pedreiro
Ademir Peraro, 43. Laudo da
Santa Casa local apontou morte por hemorragia interna e politraumatismo. A agressão
ocorreu no dia 6.
De acordo com a polícia, o pedreiro foi levado ao banheiro e
agredido com chutes, socos e
um rodo, acusado de furtar coxinhas, pães de queijo e creme
para os cabelos, no valor total
de R$ 26.
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