São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 2002

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SEGURANÇA

Em uma semana de instalação, número de ocorrências permanece o mesmo; para comandante, "ainda é cedo para análise"

15 guaritas não diminuem crime na Paulista

DA REPORTAGEM LOCAL

Os índices de criminalidade da avenida Paulista não se alteraram após uma semana de funcionamento das 15 guaritas da Polícia Militar colocadas nos principais cruzamentos da região na quinta-feira da semana passada.
Entre os dias 6 e 10 deste mês, quando as cabines ainda não estavam instaladas, a polícia registrou seis ocorrências. Entre 13 e 17, já com as guaritas, foram registradas cinco ocorrências. Os dois períodos comparados são correspondentes: cinco dias entre uma sexta e uma terça-feira.
Das cinco ocorrências registradas após a colocação das cabines, apenas uma foi atendida por policiais das guaritas -uma tentativa de roubo em cruzamento. Das outras quatro, a mais grave foi o furto de uma moto no dia 13.
Para o tenente-coronel Ararigbóia Delecródio, comandante do 34º Batalhão da PM e responsável pelas cabines, ainda é cedo para qualquer análise. "É preciso esperar pelo menos um mês."
O tenente-coronel Noel Miranda de Castro, comandante interino do Comando de Policiamento de Área Metropolitano 1, no centro, disse que os policiais que faziam o patrulhamento da avenida antes da instalação das cabines agora podem cuidar das ruas transversais e paralelas da Paulista com mais eficiência. "Mas ainda é cedo para um levantamento."
Paulo de Mesquita Neto, secretário executivo do Instituto São Paulo Contra a Violência, disse não acreditar que as guaritas vão provocar grandes mudanças nos índices de criminalidade. Segundo ele, a principal função delas é passar sensação de segurança.
Mesquita Neto disse que elas podem gerar protestos de moradores de outras regiões da cidade que querem cabines nos bairros.
José Peres Netto, pesquisador de segurança pública do Instituto Fernand Braudel, disse que elas aumentam a visibilidade dos policiais, mas que é preciso saber de que lugares da cidade são retirados os PMs que as ocupam.
Segundo Delecródio, eles pertencem ao 34º Batalhão, criado em janeiro para atender a região da Paulista. O batalhão conta atualmente com 133 policiais, deslocados de outras companhias da capital paulista. "No máximo, um ou dois policiais de cada."
As guaritas fazem parte do programa de segurança da ONG Associação Paulista Viva e contam com o apoio do Governo do Estado e da Prefeitura de São Paulo. Elas funcionam de segunda a sexta das 7h às 21h e aos sábados das 8h às 15h. Até o final do mês, devem ser colocadas mais 15 cabines. O projeto prevê um total de 150 em todo o centro expandido.
(DAGUITO RODRIGUES)

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