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VIOLÊNCIA
Seis vítimas tiveram a orelha cortada no crime ocorrido em Limoeiro do Norte; polícia crê em represália de pistoleiro
Chacina deixa sete mortos e um ferido no CE
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LIMOEIRO DO NORTE (CE)
Sete pessoas foram mortas a tiros e uma ficou ferida no final da
noite de anteontem no município
de Limoeiro do Norte, a 200 km
de Fortaleza. Há a suspeita de que
a chacina tenha sido uma forma
de represália promovida por supostos envolvidos em outra morte, a do radialista Nicanor Linhares, contra as investigações e prisões feitas pela polícia.
Linhares morreu no dia 30 de
junho, dentro do estúdio da rádio
da qual era proprietário, a FM Vale do Jaguaribe. A polícia ainda
não prendeu os suspeitos, apenas
seis pessoas que supostamente teriam colaborado com o assassinato. As investigações correm em
segredo de Justiça e não foram divulgadas as causas do crime.
Os principais suspeitos tanto
pelo crime contra o radialista
quanto pela chacina são Cássio
Santana Sousa, 25, e José Roberto
dos Santos Nogueira, 24, conhecido como Chico Orelha, ambos foragidos. Outras cinco pessoas teriam participado dos crimes.
A principal causa da retaliação,
segundo o secretário da Segurança Pública do Estado, Wilson Nascimento, teria sido a prisão, no dia
10, da mulher de Chico Orelha,
Rossideyre Diógenes, em Mossoró (RN). Ela tinha prisão preventiva decretada por participar de
um assalto a banco e foi levada
para Russas, cidade vizinha a Limoeiro do Norte. Chico Orelha
estava com ela no momento da
prisão, mas conseguiu fugir.
"Não vamos ter sossego enquanto não prendermos esses
pistoleiros", afirmou o secretário.
A chacina aconteceu por volta
das 22h. Seis foram mortos com
tiros na cabeça, após terem sido
obrigados a deitar no chão, como
indicou o exame feito pelo IML
(Instituto Médico Legal).
Depois de baleadas, seis das vítimas tiveram a orelha cortada. Um
dos mortos, o professor de inglês
Juan Castro Brito, 22, teve a orelha
colocada na boca, o que, na linguagem da pistolagem, significa
que a pessoa foi "silenciada".
Nenhum dos mortos teria vínculos com a morte do radialista
ou com grupos criminosos, segundo a polícia. "Foi uma covardia, quiseram medir força com a
polícia e mataram gente inocente", disse o delegado Edmar Granja, à frente das investigações.
Os mortos estavam em locais
diferentes: os dois primeiros estavam em uma casa, quatro estavam em um bar e o último, na
própria casa, em uma rua próxima a esse bar (o único que não teve a orelha decepada). A mulher
deste último foi ferida mas não
corre risco de morte.
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