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Garoto morre ao cair de mureta do Masp
Menino de 14 anos, que participava de excursão ao museu no domingo, caiu de uma altura de 15 metros; é a quinta morte no local
Instituição afirma que, como prédio é tombado pelo patrimônio histórico, não pode fazer reformas; mureta passará por perícia
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O adolescente Luiz Guilherme de Oliveira Moura, 14, morreu após cair da mureta do vão
livre do Masp, numa altura de
15 metros, no domingo. É a
quinta morte após queda do local, que fica atrás do museu -a
quarta em três anos.
A pedido da polícia, o IC (Instituto de Criminalística) fará
uma perícia na mureta. "É um
problema antigo. Se houve outros casos é porque não foram
tomadas as devidas providências", diz o delegado Marcos
Gomes de Moura, do 78º DP.
Segundo ele, se o IC constatar
que a mureta oferece risco à segurança das pessoas, a polícia
vai apurar de quem é a culpa
pela morte. Por ser tombado, o
Masp afirma não poder realizar
reformas no local.
Luiz era um dos 28 jovens
que participavam de uma excursão da Fundação Gol de Letra, que atende crianças carentes e é encabeçada pelos ex-jogadores de futebol Raí e Leonardo. Levado para o Hospital
das Clínicas, não resistiu.
Segundo a Gol de Letra, Luiz,
que "era um garoto espoletado", saiu de perto dos monitores, subiu na mureta e pediu para que tirassem fotos suas. "Foi
uma fatalidade, não há como
culpar ninguém", disse Décio
Junior, da fundação. O garoto
foi sepultado anteontem na Vila Albertina, no Tremembé (zona norte). Apesar do comportamento "elétrico e espoletado",
era dedicado a trabalhos manuais -queria ser marceneiro.
A mureta do vão do Masp,
projetada para ser um banco,
tem menos de um metro de altura e é separada da praça Praça Antonio Benetazzo, cerca de
15 metros abaixo, por um "jardim" de um metro. É usada diariamente por dezenas de pessoas -grande parte sem-teto,
que chegam a dormir no local.
"Perigoso é, mas eu sempre
dormi aqui e nunca cai", diz Vítor Leal da Silva, 38, que "vive"
na região do Masp. Já a estudante Alessandra Fernandes,
23, que sempre vai ao museu
observar a paisagem, diz sentir
medo. "É alto, não tem proteção nenhuma e se você não tomar cuidado, cai sim", afirma.
Em fevereiro deste ano, um
garçom, que teria se desequilibrado, caiu da mureta e morreu, segundo funcionários do
museu. Na Parada do Orgulho
Gay de 2006, um participante
morreu ao cair dali.
Em 2005, um estudante de
24 anos que estava deitado na
mureta acabou dormindo e, ao
acordar, caiu do outro lado. Em
1993, o irmão do ator Marcos
Mion, Marcelo, caiu enquanto
festejava a aprovação no vestibular. Ambos morreram.
Colaborou JOHANNA NUBLAT
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