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TRANSPORTE
Cidade teve 1.110 vítimas fatais nos primeiros nove meses do ano; é o menor número desde a criação da CET
Morte no trânsito de SP tem nível mais baixo
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A cidade de São Paulo registrou
neste ano o número mais baixo de
mortes no trânsito, de janeiro a
setembro, desde a criação da CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego), nos anos 70: foram 1.110
vítimas fatais, quantidade 2,5%
inferior ao recorde anterior
(1.139), no mesmo período de 98.
Nos últimos 12 meses, o índice
de mortos por 10 mil veículos foi
3,1. Em 1977, quando a CET fez a
primeira contagem, foi 19,5.
Apesar da redução, a violência
no trânsito ainda supera em mais
de 100% a média de países desenvolvidos. Reino Unido e Suécia,
por exemplo, apresentam 1,2 vítima fatal a cada 10 mil veículos.
"Até o final do ano, nossa meta é
baixar para 3 (o índice de mortos
por 10 mil veículos). Os parâmetros internacionais consideram
que esse é um indicador de trânsito seguro", afirma Luiz de Carvalho Montans, chefe da Assessoria
de Segurança de Trânsito da CET.
A tendência de redução das
mortes no trânsito em São Paulo
se intensificou nesta década. De
1990 para cá, o número de vítimas
fatais caiu 45%. A média mensal
de acidentes, porém, subiu 14%.
"Os congestionamentos se agravaram. Com o tráfego mais confuso, o número de colisões aumenta. Mas a velocidade dos veículos diminui, o que reduz a gravidade dos acidentes", afirma
Laurindo Junqueira, diretor da
ANTP (Associação Nacional dos
Transportes Públicos).
Montans e Junqueira apontam
três motivos principais para a
queda da violência no trânsito: a
instalação de radares e lombadas
eletrônicas, que controlam o excesso de velocidade; as novas regras do Código de Trânsito Brasileiro, como a concessão de habilitação provisória, por um ano, aos
motoristas que acabaram de tirar
a carteira; e a difusão de novos
equipamentos de segurança dos
veículos, como airbag.
O diretor da ANTP ressalva que
a recuperação deste ano pode ser
"efêmera". "Há pesquisas nos Estados Unidos indicando que o
bom andamento da economia
ajuda a reduzir as mortes no trânsito. As pessoas saem menos nervosas de casa."
Em 1999, a CET havia registrado
elevação de 8% do número de
mortes, após um ano de queda
histórica em São Paulo. A empresa atribuiu os números a um possível relaxamento das regras do
código de trânsito.
"O perigo, agora, é a compensação do risco. Com o passar do
tempo, os motoristas acham que
estão mais seguros com airbag,
por exemplo, e voltam a abusar da
velocidade", diz Junqueira.
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