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São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2003

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ENCHENTES

Segundo órgão estadual, com 60% da reforma, risco de o rio transbordar é de 4%; prefeitura tem projetos

Obra no Tietê reduz chances de inundação

SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de não estarem concluídos, o rebaixamento e a ampliação da calha do rio Tietê apresentarão efeitos ainda neste verão: com 60% das obras feitas, o risco de o rio transbordar na área da cidade de São Paulo nos próximos cinco meses é de apenas 4%, segundo o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo).
Na última estação chuvosa esse índice era de 10% e há quatro anos as vias marginais tinham mais de 95% de chances de inundação, de acordo com o departamento.
"Nossa meta com a conclusão da obra, em setembro de 2004, é chegar a 1%, ou seja, somente uma chuva a cada cem anos poderá fazer com que o rio transborde. Antes, isso acontecia quase todo ano", explica Ricardo Borsari, superintendente do Daee.
A segunda fase do projeto, iniciada em abril de 2002, retirou cerca de 4,5 milhões de m3 de lodo, 11 mil toneladas de lixo e 800 mil pneus do fundo do rio, numa extensão de 24,5 km -do Cebolão até a Barragem da Penha (zona leste).
O custo da obra está estimado em R$ 688 milhões -75% provenientes do JBIC (Japan Bank International Cooperation) e o restante pago pelo governo do Estado. O objetivo é ampliar em até 45 metros a base e rebaixar em 2,5 metros o leito do Tietê.
O rebaixamento transformará também o visual da avenida marginal, implantando um projeto paisagístico nas margens do rio, com a plantação de mudas de flores e árvores frutíferas.
"As pessoas que chegarem a São Paulo, e mesmo os paulistanos que circulam pela marginal, poderão ver um rio Tietê muito mais bonito", afirma Borsari.
A mudança vai ocorrer também nas pistas. Um projeto elaborado pela Prefeitura de São Paulo, que depende do repasse de R$ 100 milhões do governo federal, prevê a recuperação do pavimento em toda a extensão das marginais Tietê e Pinheiros, além de obras de sinalização, instalação de câmeras e correções de desníveis no asfalto em 12 pontos.
"Estamos em negociação com o Ministério dos Transportes. Quando tivermos a verba, poderemos começar a obra, que demorará de seis a oito meses para ficar pronta", diz o engenheiro Samuel de Oliveira, gerente de projetos da CET. Segundo Oliveira, essa seria a primeira fase de um projeto maior na região.
"Precisamos aumentar a capacidade da marginal Tietê. O Rodoanel aumentou o tráfego de veículos na marginal e existe uma grande demanda reprimida. A última grande obra no local foi há mais de 12 anos", explica.
A solução, segundo o engenheiro, é a construção de uma quarta faixa na marginal e uma quinta faixa na via expressa, nos dois sentidos. As faixas poderão ocupar parte do canteiro central ou das margens do rio.
Para isso, a prefeitura preparou um projeto que será apresentado ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e ao Bird (Banco Mundial), pedindo um financiamento de cerca de R$ 300 milhões para a ampliação.
Se realizada, a obra aumentará em até 40% a área de circulação da marginal Tietê e em 30% a da Pinheiros. Diariamente, cerca de 1,1 milhão de veículos circulam nas duas marginais.


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