São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 2006

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Pai culpa falta de preparo do segurança

Pai do rapaz assassinado no shopping diz que é preciso ter "muito equilíbrio e formação" para uma pessoa poder andar armada

"Ele [o assassino] deveria ter recebido uma formação melhor. Foi uma sucessão de erros que o fez chegar a esse ponto", afirma o ex-PM

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

Bastante abatido pela morte do filho Rafael, o policial militar aposentado Donizete de Paula Moreira, 51, disse que é preciso ter "muito equilíbrio e formação" para uma pessoa poder andar armada. Aposentado há cinco anos, ele agora faz "bico" de segurança. Para ele, o crime não tem só um, mas vários culpados por não terem dado formação suficiente ao segurança que fez o disparo contra seu filho após uma discussão banal na saída do shopping anteontem.

 

PERGUNTA - O senhor, um policial aposentado, o que acha de um segurança que faz um disparo por um motivo banal?
DONIZETE DE PAULA MOREIRA
- Não sei direito por que aconteceu isso. Tem que ter muito equilíbrio e formação para trabalhar com o público e usar armas. Quando fui policial militar passei por vários testes emocionais e fui preparado para lidar em público. Atira só em defesa da vida. Nunca precisei fazer um disparo.

PERGUNTA - O senhor acha que o segurança que atirou é o único culpado?
MOREIRA
- O que atirou não está errado sozinho. Tem vários outros culpados, porque o que fez essa pessoa atirar com a arma foi a gota d'água. Ele deveria ter recebido uma formação melhor. Foi uma sucessão de erros que o fez chegar a esse ponto.

PERGUNTA - Como era o seu filho, o que planejava e gostava de fazer?
MOREIRA
- Era uma pessoa de muitos amigos. Trabalhava e namorava havia sete anos. Sempre ia ao shopping. Pegava os patins [na infância] e ia para lá. Depois que cresceu, passou a ir de moto. Gostava muito de motos. Ele trabalhava como radiologista em Piracicaba e viajava todo dia de ônibus. Fez um curso técnico no Senai e queria cursar biomedicina.

PERGUNTA - Ele ia sempre ao shopping com os amigos?
MOREIRA
- Ia sempre porque achava que ali era seguro. Ia ao shopping com vários amigos motoqueiros. Agora ele já foi. (MS)


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