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Guinada de embarcação provocou o choque
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
A imagem impressa das informações do radar -chamada
plotagem- do navio cargueiro
que colidiu com a traineira na
noite de terça, deixando oito
mortos, mostra que as embarcações navegavam em rotas paralelas, com distância aproximada de 200 m, momentos antes do acidente, informou ontem a Capitania dos Portos.
Segundo o capitão dos Portos, capitão-de-mar-e-guerra
Antônio Fernando Moreira
Dias, uma das embarcações
saiu da rota e deu uma guinada
em direção à outra. Moreira
Dias não quis assegurar quem
embicou e provocou o choque,
mas avaliou ser muito difícil o
cargueiro fazer a manobra, pelo
seu tamanho.
O capitão dos Portos afirmou
que o cargueiro atingiu a traineira no meio de seu lado esquerdo. Portanto, seria mais
provável que a traineira tenha
feito a manobra irregular. Ele
disse que, apesar de 80% dos
acidentes no mar serem causados por falha humana, a capitania vai investigar a possibilidade de ter havido uma falha mecânica, como o leme ter emperrado ou o motor ter quebrado e
deixado a traineira à deriva.
A investigação, segundo ele,
não deve durar mais de 20 dias.
Além dos depoimentos informais colhidos nos momentos
posteriores ao acidente terem
sido bastante esclarecedores,
segundo o capitão, também já
foram ouvidas as principais
testemunhas do caso, entre
elas os quatro sobreviventes
que estavam na traineira.
O mais longo depoimento
aconteceu na tarde de ontem. O
prático do navio, Expedido Damasco, passou mais de quatro
horas na capitania. Prático é o
profissional que auxilia todos
os navios nas manobras de
aproximação de portos e em
baías. Damasco saiu da capitania sem dar declarações à imprensa.
Resgate
Às 9h50 de ontem a Marinha
retirou do mar o último corpo
das vítimas do acidente. As vítimas são Gustavo de Lima Sousa, 30, Elivelton Azevedo da Silva, 25, Oswaldo Antunes do
Prado, 61, Esmeraldo José Moreira, 60, Jocimar Neves Marques, 35, Panaiote Nitrogianis,
37, Gustavo de Lima Souza e
Robson Ledux Alves.
Depois do resgate, que durou
parte da madrugada de ontem,
apenas duas lanchas da Marinha permaneceram no mar por
motivos de segurança.
O choque entre a traineira
Costa Azul (15 m de comprimento e de madeira) e o cargueiro frigorífico Roko (108 m e
de ferro) aconteceu por volta
das 23h de terça. A colisão fez
com que a traineira despedaçasse. Das 12 pessoas a bordo,
quatro se salvaram.
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