São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 2006

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Guinada de embarcação provocou o choque

TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

A imagem impressa das informações do radar -chamada plotagem- do navio cargueiro que colidiu com a traineira na noite de terça, deixando oito mortos, mostra que as embarcações navegavam em rotas paralelas, com distância aproximada de 200 m, momentos antes do acidente, informou ontem a Capitania dos Portos.
Segundo o capitão dos Portos, capitão-de-mar-e-guerra Antônio Fernando Moreira Dias, uma das embarcações saiu da rota e deu uma guinada em direção à outra. Moreira Dias não quis assegurar quem embicou e provocou o choque, mas avaliou ser muito difícil o cargueiro fazer a manobra, pelo seu tamanho.
O capitão dos Portos afirmou que o cargueiro atingiu a traineira no meio de seu lado esquerdo. Portanto, seria mais provável que a traineira tenha feito a manobra irregular. Ele disse que, apesar de 80% dos acidentes no mar serem causados por falha humana, a capitania vai investigar a possibilidade de ter havido uma falha mecânica, como o leme ter emperrado ou o motor ter quebrado e deixado a traineira à deriva.
A investigação, segundo ele, não deve durar mais de 20 dias. Além dos depoimentos informais colhidos nos momentos posteriores ao acidente terem sido bastante esclarecedores, segundo o capitão, também já foram ouvidas as principais testemunhas do caso, entre elas os quatro sobreviventes que estavam na traineira.
O mais longo depoimento aconteceu na tarde de ontem. O prático do navio, Expedido Damasco, passou mais de quatro horas na capitania. Prático é o profissional que auxilia todos os navios nas manobras de aproximação de portos e em baías. Damasco saiu da capitania sem dar declarações à imprensa.

Resgate
Às 9h50 de ontem a Marinha retirou do mar o último corpo das vítimas do acidente. As vítimas são Gustavo de Lima Sousa, 30, Elivelton Azevedo da Silva, 25, Oswaldo Antunes do Prado, 61, Esmeraldo José Moreira, 60, Jocimar Neves Marques, 35, Panaiote Nitrogianis, 37, Gustavo de Lima Souza e Robson Ledux Alves.
Depois do resgate, que durou parte da madrugada de ontem, apenas duas lanchas da Marinha permaneceram no mar por motivos de segurança.
O choque entre a traineira Costa Azul (15 m de comprimento e de madeira) e o cargueiro frigorífico Roko (108 m e de ferro) aconteceu por volta das 23h de terça. A colisão fez com que a traineira despedaçasse. Das 12 pessoas a bordo, quatro se salvaram.


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