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AMPARO
Polícia vai analisar gravação de celular que flagrou castigo
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
A Polícia Civil pediu ontem ao Instituto de Criminalística a degravação e análise
das imagens, feitas por celular, de cerca de 110 crianças
sendo obrigadas por um
guarda municipal a ficar de
joelhos sobre pedriscos em
Amparo, interior de SP.
A filmagem, de 40 segundos, foi feita por Rafael Piffer, produtor cultural e coordenador da Fundação São
Pedro, onde os estudantes
veriam uma peça de teatro.
O caso ocorreu na segunda-feira pela manhã. Algumas crianças, que têm entre
11 e 14 anos, saíram do episódio com os joelhos sangrando por causa do castigo.
O inquérito do caso foi
transferido ontem para a Delegacia Seccional de Bragança Paulista (SP), da qual a cidade de Amparo faz parte.
"Evocamos o inquérito para a seccional para evitar
qualquer desconforto nas investigações, já que Amparo é
uma cidade pequena, e o crime envolve um funcionário
público municipal da área de
segurança", disse o delegado
seccional de Bragança Paulista, Licurgo Nunes Costa.
O guarda-civil, que tinha
uma pistola no coldre e foi
identificado apenas como
Pavan, foi afastado de suas
funções no mesmo dia, e um
processo administrativo foi
aberto pela Prefeitura de
Amparo. Ele responde ao inquérito em liberdade.
Segundo o delegado, a análise da gravação feita por celular no dia do castigo deverá
ficar pronta em 30 dias. As
testemunhas também serão
ouvidas em Bragança.
Pavan será indiciado pelo
crime previsto no artigo 232
do Estatuto da Criança e do
Adolescente, que sugere detenção de seis meses a dois
anos para aquele que submeter crianças ou adolescentes
a situação vexatória, e por
abuso de autoridade, que
prevê detenção de seis meses
e demissão do cargo.
As crianças submetidas ao
castigo estudam numa escola do Sesi (Serviço Social da
Indústria). Os pais dos alunos estão formando uma comissão para processar a prefeitura de Amparo.
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