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São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

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ARQUEOLOGIA

Há 2 anos, prefeitura anunciou escavações no local, que nunca chegaram a ser feitas

Bairro do centro do Rio esconde antigo cemitério de escravos

Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
A empresária Merced Guimarães, que achou os ossos em 1996


DA SUCURSAL DO RIO

Encarregados de quebrar a calçada da rua Pedro Ernesto, na Gamboa (centro do Rio), para instalar cabos de fibra ótica, o pedreiro Ronaldo da Silva e o eletricista José da Silva não se surpreenderam anteontem quando encontraram pedaços de ossos humanos. Já haviam sido avisados: é comum encontrar ossos na área, onde havia, da segunda metade do século 18 ao início do século 19, um cemitério de escravos.
Era o cemitério dos pretos novos, como eram chamados os escravos recém-chegados da África. Quem morria no mercado de escravos ou no porto era enterrado em cova rasa. No local estariam cerca de 5.000.
Os primeiros fragmentos de ossos foram achados em 96 pela empresária Merced Guimarães, 44, numa obra no quintal. Em 2001, a prefeitura celebrou o Dia Nacional da Consciência Negra anunciando o início de escavações. Dois anos depois, não há nem convênio nem escavação.
O materia encontrado é recolhido por Guimarães, que avisa a prefeitura e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ela montou um site e um minimuseu.
A Secretaria Municipal das Culturas diz que o prefeito Cesar Maia (PFL) liberou cerca de R$ 100 mil para escavação, mas só na casa da empresária. A prefeitura não informou por que, passados dois anos, não houve assinatura do convênio. (FE)


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