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São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

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SEGURANÇA

Objetivo é reforçar atuação da polícia nas divisas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo

PF vai treinar tropa para agir no Sudeste

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, disse ontem que pretende treinar uma unidade de elite formada por policiais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo para atuar nas áreas de divisa entre os Estados. O Comando de Operações Táticas da Polícia Federal vai fornecer a "doutrina operacional".
"Utilizando as forças dos Estados, pretendemos uniformizar a doutrina operacional e tática do grupo", disse o secretário.
Com a unidade, o governo espera ganhar mais "mobilidade" nas ações contra o crime. Por isso, tem importância o uso do COT, divisão de elite da PF, cuja experiência vai de confronto com manifestantes a operações especiais de repressão ao narcotráfico.
"Havendo demanda com reflexo nos Estados, a Polícia Federal empresta a capacidade", afirmou.
A unidade estará a serviço do recém-criado Gabinete de Gestão Integrada do Sudeste. A idéia é promover o intercâmbio de informações entre as forças policiais dos quatro Estados.
"O COT não sabe mais que os outros. Todos têm suas capacidades específicas, vamos juntá-las", disse Corrêa.
Ainda não há, porém, a definição de alguma prioridade para o trabalho, como combate ao tráfico de drogas ou de armas. "Essa capacidade de operação tem de haver independentemente do tipo de delito sob investigação."
Segundo Corrêa, o trabalho do gabinete será feito em duas linhas: inteligência e "operação".
Na área de inteligência policial, as polícias Federal, Civil e Militar dos Estados devem compartilhar todas as informações disponíveis sobre quadrilhas que atuam na região. Por exemplo, se houver um grupo especializado em roubo a bancos, as polícias informam placas de carros roubados, eventuais retratos falados e nomes de suspeitos.
Na esfera "operacional", o objetivo de Corrêa, que coordena o GGI, é reunir o que de melhor sabem fazer os grupos de elite dos Estados. Seguindo o exemplo citado pelo secretário, o Batalhão de Operações Especiais, da PM fluminense, daria a experiência em infiltração de favelas.
O treinamento dessa unidade de elite vai ser feito na sede da PF do Rio. Segundo Corrêa, há recursos e espaço físico provenientes da missão especial criada no Estado. Ainda não há data definida para o início da formação dos policiais, o que deve acontecer nas próximas semanas.
"O gabinete ganhou uma força grande, dada a força política que recebeu. Vamos imprimir mais velocidade agora. Ninguém vai reinventar a roda", disse.


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