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São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

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JUSTIÇA

No total, 30 pessoas serão denunciadas hoje por suposto esquema que mantinha máquinas em funcionamento no Vale do Paraíba

Mais 19 policiais são ligados a jogo ilegal

MAURÍCIO EIRÓS
DAS REGIONAIS, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

A Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo encaminha hoje 57 novos inquéritos envolvendo cerca de 30 pessoas em um suposto esquema de máquinas caça-níqueis em São José dos Campos (91 km de São Paulo) e Taubaté (130 km) para os juízes da 1ª Vara Criminal das duas cidades.
Entre elas estão um delegado de polícia e um delegado da Polícia Federal de São Paulo, quatro delegados -a cidade não foi especificada-, dez policiais civis de São José e três de Taubaté.
No último dia 3, já haviam sido denunciados pelo Ministério Público nove investigadores de São José e Taubaté e dois delegados de São José dos Campos -o assistente da seccional do município, Antônio Agnaldo Fracaroli, e o titular do 5º DP, Sérgio Lisboa.
Os policiais foram denunciados por participarem de um suposto esquema para manter em funcionamento máquinas caça-níqueis na região do Vale do Paraíba. Eles são acusados de formação de quadrilha, prevaricação e corrupção.
De acordo com o delegado seccional de São José dos Campos, Roberto Monteiro de Andrade Júnior, não deverá haver novas emissões de licenças-prêmios para os policiais envolvidos no caso. "Na primeira denúncia, o que aconteceu foi um fato peculiar", analisou o delegado ontem.
"A medida [a emissão de licenças-prêmios] foi tomada visando dar maior transparência às investigações e para que a imagem da polícia não ficasse maculada." Andrade Júnior afirmou que, caso sejam feitos novos pedidos de licença, eles serão negados.
Segundo o Ministério Público, após a análise das denúncias, os juízes deverão intimar os acusados para que façam suas defesas preliminares e decretar a prisão preventiva dos envolvidos durante todo o processo. A Promotoria recomenda que a investigação seja feita pela Corregedoria da Polícia Civil em São Paulo para evitar que o corregedor regional sofra constrangimento em apurar supostas irregularidades.
Para chegar aos envolvidos, o Gaerco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) do Vale do Paraíba investigava o caso havia um ano. Segundo a Promotoria, só em São José dos Campos, a quadrilha arrecadava cerca de R$ 600 mil por mês.


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