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Explosão em posto deixa frentista em estado grave
Polícia investiga se uso de aparelho celular provocou acidente em Pinheiros
Frentista ajudava a descarregar combustível quando ocorreu o incêndio; com medo, moradores da região deixaram suas casas
RAFAEL TARGINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um frentista ficou gravemente ferido após uma explosão em um posto de combustível, em Pinheiros (zona oeste),
na madrugada de ontem.
O acidente, segundo testemunhas, ocorreu quando o funcionário do posto abriu o celular enquanto ajudava a descarregar 15 mil litros de combustível. O motorista do caminhão
onde estava o combustível ajudou a apagar o fogo com o extintor de incêndio do veículo.
O frentista Carlos Roberto
dos Santos, 45, ficou com 76%
do corpo queimado e está internado em estado grave.
Ainda não é possível explicar
a causa do acidente. A polícia
investiga a possibilidade de que
gases emitidos pelo combustível tenham entrado em contato
com uma faísca liberada pelo
celular e causado a explosão.
Segundo o dono do posto, Osvaldo Lopes, o frentista -que
estava em cima do caminhão-
abriu o celular no momento em
que ajudava a descarregar o
combustível.
Lopes diz que imagens das
câmeras de TV do posto mostram o momento em que Santos teria pegado o telefone do
bolso. A reportagem não teve
acesso às imagens.
Uma lei municipal, de outubro de 2002, proíbe o uso de celulares em postos de gasolina
em São Paulo. Quem desobedecer a lei está sujeito a multa. A
cidade do Rio de Janeiro e o estado do Mato Grosso do Sul
também proíbem o uso do aparelho no abastecimento.
Pânico
Os moradores das ruas próximas foram acordados por volta
das 2h30 da manhã com a explosão. O bibliotecário Virgílio
de Castro, 51, conta que só conseguiu dormir às 6h, quando a
situação na rua se tranqüilizou.
Ele diz que a vizinha da frente chegou a sair com os quatro
filhos de casa, assustada com o
incêndio. "O barulho parecia
um trovão forte", afirma.
A comerciante Paula Viana,
36, trabalha em frente ao local.
Ela conta que saiu correndo
com a mãe e o cachorro pela rua
Artur Azevedo. "O Roberto
[frentista ferido], depois que
caiu, começou a gritar: "corre,
corre, que vai morrer todo
mundo'", afirma.
Moradores relataram que o
motor do caminhão estava ligado no momento do acidente.
Dois quarteirões antes de chegar ao posto, o veículo teria
"morrido". A Shell nega que o
caminhão estivesse ligado na
hora do descarregamento e que
tivesse algum problema mecânico. O dono do posto também
afirma que o motor do caminhão estava desligado.
O posto funciona no mesmo
local há 30 anos, no cruzamento das ruas Lisboa e Artur Azevedo, e havia sido vistoriado em
19 de setembro. Entre outros
problemas, a prefeitura verificou que faltavam sinalizações
de "não fumar" no local.
Parte do forro de plástico do
teto do posto queimou, afetando as instalações elétricas. Uma
das bombas de gasolina foi interditada pela prefeitura.
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