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outro lado
Para advogado de ex-diretora da Anac, decisão é absurda
Defesa diz que Denise Abreu não tinha poder de tomar qualquer decisão na diretoria da agência; outros acusados não falam
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O advogado de Denise Abreu,
Roberto Podval, criticou o indiciamento da ex-diretora da
Anac pela Polícia Civil de São
Paulo. Foi a única manifestação
dos acusados ontem.
"É um absurdo e muito estranho que o delegado tenha
anunciado dessa forma para a
imprensa uma lista, antes mesmo de as pessoas serem chamadas para ser indiciadas. A autoridade policial não pode se pautar pela opinião pública. A forma deveria ser técnica. Não pirotécnica", afirmou Podval em
nota distribuída à imprensa.
O advogado ainda critica o
envolvimento de Denise Abreu
alegando que ela não tinha poder de tomar qualquer decisão
na diretoria da Anac. Ele responsabiliza diretamente os pilotos do avião e, indiretamente,
toda a diretoria da agência,
principalmente seu presidente.
"Não há qualquer nexo ou ligação possível de causa e efeito
entre o trágico acidente e a
atuação de Denise Abreu no colegiado de cinco diretores que
dirigia a Anac, sob o comando
do [ex-]presidente Milton Zuanazzi", afirmou Podval. Ele diz
ainda "que o acidente não teria
ocorrido se os manetes do avião
estivessem na posição correta".
A Folha procurou os dez citados pela Polícia Civil. Milton
Zuanazzi, ex-presidente da
Anac, Jorge Luiz Veloso, ex-diretor, e Marcos Tarcísio dos
Santos, ex-superintendente,
não foram localizados. A Folha
telefonou para um número na
lista telefônica de Porto Alegre
(RS) em nome de Zuanazzi,
mas ninguém atendeu.
O brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da agência,
não quis se manifestar sobre o
assunto.
Ao telefonar para a casa de
Luiz Miyada, ex-superintendente da Anac, a reportagem da
Folha foi informada por uma
pessoa que não quis se identificar de que ele "não quer falar
por enquanto. Os jornalistas
vão ter de aguardar as declarações". A mesma pessoa não
quis informar o nome do advogado que representa Miyada.
A Anac e a Infraero, por meio
de suas assessorias de comunicação, informaram que não
iriam se manifestar sobre o indiciamento porque não tiveram acesso ao processo.
A TAM, também por meio da
assessoria de imprensa, afirmou que nem a empresa nem
seus funcionários -Marco Aurélio dos Santos de Miranda e
Castro, diretor de segurança de
vôo, e Abdel el Salam Rishk, ex-gerente de engenharia de operações- irão se manifestar até
o término de todas as investigações em andamento.
Aguinaldo Molina Esteves e
Esdras Ramos, funcionários da
Infraero que vistoriaram e liberaram a pista molhada no dia
do acidente, também não vão
se manifestar por orientação
da empresa. Eles continuam
trabalhando no aeroporto de
Congonhas.
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