São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2008

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outro lado

Para advogado de ex-diretora da Anac, decisão é absurda

Defesa diz que Denise Abreu não tinha poder de tomar qualquer decisão na diretoria da agência; outros acusados não falam

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O advogado de Denise Abreu, Roberto Podval, criticou o indiciamento da ex-diretora da Anac pela Polícia Civil de São Paulo. Foi a única manifestação dos acusados ontem.
"É um absurdo e muito estranho que o delegado tenha anunciado dessa forma para a imprensa uma lista, antes mesmo de as pessoas serem chamadas para ser indiciadas. A autoridade policial não pode se pautar pela opinião pública. A forma deveria ser técnica. Não pirotécnica", afirmou Podval em nota distribuída à imprensa.
O advogado ainda critica o envolvimento de Denise Abreu alegando que ela não tinha poder de tomar qualquer decisão na diretoria da Anac. Ele responsabiliza diretamente os pilotos do avião e, indiretamente, toda a diretoria da agência, principalmente seu presidente.
"Não há qualquer nexo ou ligação possível de causa e efeito entre o trágico acidente e a atuação de Denise Abreu no colegiado de cinco diretores que dirigia a Anac, sob o comando do [ex-]presidente Milton Zuanazzi", afirmou Podval. Ele diz ainda "que o acidente não teria ocorrido se os manetes do avião estivessem na posição correta".
A Folha procurou os dez citados pela Polícia Civil. Milton Zuanazzi, ex-presidente da Anac, Jorge Luiz Veloso, ex-diretor, e Marcos Tarcísio dos Santos, ex-superintendente, não foram localizados. A Folha telefonou para um número na lista telefônica de Porto Alegre (RS) em nome de Zuanazzi, mas ninguém atendeu.
O brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da agência, não quis se manifestar sobre o assunto.
Ao telefonar para a casa de Luiz Miyada, ex-superintendente da Anac, a reportagem da Folha foi informada por uma pessoa que não quis se identificar de que ele "não quer falar por enquanto. Os jornalistas vão ter de aguardar as declarações". A mesma pessoa não quis informar o nome do advogado que representa Miyada.
A Anac e a Infraero, por meio de suas assessorias de comunicação, informaram que não iriam se manifestar sobre o indiciamento porque não tiveram acesso ao processo.
A TAM, também por meio da assessoria de imprensa, afirmou que nem a empresa nem seus funcionários -Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro, diretor de segurança de vôo, e Abdel el Salam Rishk, ex-gerente de engenharia de operações- irão se manifestar até o término de todas as investigações em andamento.
Aguinaldo Molina Esteves e Esdras Ramos, funcionários da Infraero que vistoriaram e liberaram a pista molhada no dia do acidente, também não vão se manifestar por orientação da empresa. Eles continuam trabalhando no aeroporto de Congonhas.


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