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Aumento do valor venal é maior na periferia
Áreas de bairros distantes tiveram alta maior que outras com boom imobiliário
Para a prefeitura, partes da favela de Paraisópolis (zona sul) se valorizaram mais que a área do shopping Bourbon, aberto em 2008 na Pompeia
DA REPORTAGEM LOCAL
A revisão da planta genérica
de valores, base para o cálculo
do IPTU (Imposto Predial e
Territorial Urbano), afeta mais
a periferia que áreas nobres.
Áreas da favela de Paraisópolis e do Grajaú (zona sul), por
exemplo, tiveram valorização
maior, segundo os cálculos da
prefeitura, que a área do shopping Bourbon, inaugurado em
2008 na Pompeia (zona oeste).
Segundo a prefeitura, em geral a valorização é resultado de
investimento público e aquecimento do mercado.
O maior aumento que a Folha encontrou foi na rua Lagoa
da Tocha, no Grajaú: o metro
quadrado vai custar 690% a
mais no ano que vem.
Na quadra da rua Turiaçu onde ficam o shopping Bourbon e
o clube Palmeiras, o metro quadrado aumentou, para a prefeitura, 34,68%.
Em todos os cálculos, a Folha considera o valor cobrado
no IPTU de 2009, e não o valor
estabelecido na última revisão
da planta genérica, em 2001.
Nas ruas Paraisópolis e das
Jangadas, que passam na favela
de Paraisópolis, a prefeitura estima um aumento mínimo de
102% no valor de mercado dos
terrenos. Na rua Luigi Alamanni, dentro da favela de Heliópolis, o governo aponta reajuste
de pelo menos 83%.
Já em áreas onde há boom
imobiliário, como as ruas Henrique Sertório (Tatuapé, zona
leste), Chamantá (Mooca, zona
leste), Engenheiro Jorge Oliva
e Praia do Castelo (Santo Amaro, zona sul), a alta nos cálculos
da prefeitura não supera 37%.
Na rua Angelina Maffei Vita,
em Pinheiros (zona oeste), onde mora o prefeito Gilberto
Kassab (DEM), o aumento não
passa de 56%, segundo consta
na planta genérica de valores.
Segundo Amir Khair, economista e ex-secretário de Finanças da gestão Luiza Erundina
(PSB, então no PT), é mais fácil
haver valorização na periferia
do que em áreas nobres.
"É mais fácil um imóvel de
R$ 20 mil passar a valer R$ 40
mil que um de R$ 5 milhões ir
para R$ 10 milhões. Com isso,
muitas famílias podem sair da
faixa de isenção."
(ES)
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