São Paulo, sexta-feira, 20 de novembro de 2009

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Aumento do valor venal é maior na periferia

Áreas de bairros distantes tiveram alta maior que outras com boom imobiliário

Para a prefeitura, partes da favela de Paraisópolis (zona sul) se valorizaram mais que a área do shopping Bourbon, aberto em 2008 na Pompeia

DA REPORTAGEM LOCAL

A revisão da planta genérica de valores, base para o cálculo do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), afeta mais a periferia que áreas nobres.
Áreas da favela de Paraisópolis e do Grajaú (zona sul), por exemplo, tiveram valorização maior, segundo os cálculos da prefeitura, que a área do shopping Bourbon, inaugurado em 2008 na Pompeia (zona oeste).
Segundo a prefeitura, em geral a valorização é resultado de investimento público e aquecimento do mercado.
O maior aumento que a Folha encontrou foi na rua Lagoa da Tocha, no Grajaú: o metro quadrado vai custar 690% a mais no ano que vem.
Na quadra da rua Turiaçu onde ficam o shopping Bourbon e o clube Palmeiras, o metro quadrado aumentou, para a prefeitura, 34,68%.
Em todos os cálculos, a Folha considera o valor cobrado no IPTU de 2009, e não o valor estabelecido na última revisão da planta genérica, em 2001.
Nas ruas Paraisópolis e das Jangadas, que passam na favela de Paraisópolis, a prefeitura estima um aumento mínimo de 102% no valor de mercado dos terrenos. Na rua Luigi Alamanni, dentro da favela de Heliópolis, o governo aponta reajuste de pelo menos 83%.
Já em áreas onde há boom imobiliário, como as ruas Henrique Sertório (Tatuapé, zona leste), Chamantá (Mooca, zona leste), Engenheiro Jorge Oliva e Praia do Castelo (Santo Amaro, zona sul), a alta nos cálculos da prefeitura não supera 37%.
Na rua Angelina Maffei Vita, em Pinheiros (zona oeste), onde mora o prefeito Gilberto Kassab (DEM), o aumento não passa de 56%, segundo consta na planta genérica de valores.
Segundo Amir Khair, economista e ex-secretário de Finanças da gestão Luiza Erundina (PSB, então no PT), é mais fácil haver valorização na periferia do que em áreas nobres.
"É mais fácil um imóvel de R$ 20 mil passar a valer R$ 40 mil que um de R$ 5 milhões ir para R$ 10 milhões. Com isso, muitas famílias podem sair da faixa de isenção." (ES)


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