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Jovem atacado na Paulista escapou da morte, diz polícia
Após vídeo e testemunha, delegado agora fala em tentativa de homicídio
Vigia diz que vítima foi encurralada e não pôde se defender; polícia não conseguiu definir quem é quem nas imagens
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DE SÃO PAULO
O depoimento de uma testemunha ontem à polícia de
SP complicou ainda mais a
situação dos cinco jovens
acusados de participar de
uma série de agressões na av.
Paulista no último domingo.
Após ouvir a versão do vigia Rafael Fernandes, que
trabalha em um dos prédios
da avenida Paulista, a polícia
passou a falar no crime de
tentativa de homicídio e pode levar a novo pedido de prisão ou internação dos jovens.
Antes, a polícia falava em
formação de quadrilha e lesão corporal gravíssima. Para o delegado-assistente Renato Felisoni, se o vigia não
tivesse agido em defesa da vítima, ela poderia ter morrido.
Fernandes disse aos policiais que interveio na agressão contra o estudante Luís,
23, e ainda questionou por
que faziam aquilo. "Porque
ele é "veado", teria respondido um dos jovens.
O relato do vigia foi dado
um dia depois de imagens
das câmeras do prédio serem
divulgadas pelo "SBT Brasil", anteontem.
Ele diz que, após os três
golpes com lâmpada fluorescente (que aparecem no vídeo), Luís acaba encurralado. Leva socos e chutes no
rosto de três dos cinco jovens, e continua apanhando
mesmo após desfalecer.
A polícia não conseguiu
definir quem é quem nas
imagens do vídeo.
Na semana que vem, mais
duas testemunhas serão ouvidas. A busca por novas
imagens continua. O inquérito deve ser concluído em
uma semana.
O Ministério Público informou ontem que requisitou as
imagens do vídeo. Haverá
pedido de apreensão dos menores? "Ainda é cedo para falar", disse o promotor Tales
de Oliveira, da Infância.
"O Ministério Público já
havia pedido a internação
provisória desses meninos,
mas a Justiça não concordou.
A posição da Promotoria,
desde o início do processo, é
muito clara no sentindo da
necessidade da internação
desses adolescentes."
"Uma coisa ficou clara:
não ocorreu legítima defesa.
A vítima não tentou investir
fisicamente. Ela foi tomada
de surpresa pela agressão",
disse Oliveira.
MANIFESTAÇÃO
O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP) organizou ontem, na esquina da
Paulista com a Brigadeiro
Luis Antonio, perto do local
da agressão, uma manifestação contra a homofobia.
Ele e ativistas do movimento gay coletaram assinaturas em prol da aprovação
do projeto de lei 122/2006,
que criminaliza a homofobia.
(CRISTINA MORENO DE CASTRO, ROGÉRIO PAGNAN e JAMES CIMINO)
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